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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Mais de 500 pessoas já morrem em protestos no Irã, inclusive 69 crianças, diz ONG

Desde o início dos atuais protestos populares no Irã, em 17 de setembro, até segunda-feira (19), foram registradas 503 mortes nas manifestações. Entre as vítimas estão 69 crianças, segundo dados divulgados pela agência de notícias ligada à ONG Ativistas de Direitos Humanos do Irã (HRAI, na sigla em inglês).

Os dados mais recentes divulgados pela entidade indicam que 18.452 pessoas já foram detidas pelas autoridades sob a acusação de participar dos protestos. Porém, somente 3.976 foram devidamente identificados, o que ajuda a evidenciar a falta de transparência do governo.

“Como de costume, o aparato de segurança do Irã tentou negar a responsabilidade pela violência e danos a propriedades e locais e colocar a culpa nos manifestantes, publicando relatórios incluindo confissões coagidas dos detidos”, diz relatório divulgado no início do mês pela ONG. 

Os protestos populares tomaram as ruas após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que visitava Teerã, capital do país, quando foi abordada pela “polícia da moralidade” por não usar “corretamente” o hijab, o véu obrigatório para as mulheres. Sob custódia, ela desmaiou, entrou em coma e morreu três dias depois.

Os protestos começaram no Curdistão, província onde vivia Mahsa, e depois se espalharam por todo o país, com gritos de “morte ao ditador” e pedidos pelo fim da república islâmica. As forças de segurança iranianas, então, passaram a reprimir as manifestações de forma violenta.

Em Estocolmo, na Suécia, cidadãos protestam contra a repressão no Irã (Foto: Artin Bakhan/Unsplash)

Foram registradas ao menos duas execuções de cidadãos envolvidos com os protestos. A primeira pena capital foi cumprida na última quinta-feira (8), quando o rapper Moshen Shekari foi enforcado após ter o recurso de sua sentença rejeitado pela Suprema Corte do Irã. Ele foi acusado de “inimizade contra Deus” após supostamente ter ferido um agente estatal durante os atos no país.

Um segundo manifestante foi executado na segunda-feira (12). Majidreza Rahnavard, de 23 anos, foi enforcado em público na cidade de Mashhad, no nordeste do país. Ele foi condenado à morte sob acusação de ter esfaqueado dois membros das forças de segurança durante protestos. Há ao menos mais nove execuções confirmadas, que podem acontecer a qualquer momento.

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