O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, apresentou os novos objetivos para as forças armadas do país para 2023, durante reunião nesta quarta-feira (28) do Partido dos Trabalhadores, segundo a mídia estatal. Para o próximo ano, dá para se esperar mais testes de armas e mais tensão na região, embora Pyongyang não tenha dados maiores detalhes. As informações são da rede Voice of America (VOA).
Durante a plenária, Kim analisou a “situação desafiadora recém-criada” na península coreana e o seu contexto geopolítico. Ele traçou como plano de enfrentamento uma “luta antiinimigo” e definiu metas para reforçar o poder de defesa, detalhou a agência oficial de notícias KCNA.
“Ele especificou os princípios das relações exteriores e a direção da luta contra o inimigo que nosso partido e governo devem cumprir completamente para proteger os direitos soberanos e defender os interesses nacionais”, diz a agência.
“Novos objetivos principais para fortalecer as capacidades de autodefesa a serem fortemente perseguidos em 2023 foram apresentados em preparação para diversas flutuações na situação política”, acrescenta o texto.
Nos últimos meses, a estratégia provocativa na península parece ter se revigorado. Isso porque Kim introduziu uma nova lei que permite ataques nucleares preventivos e lançou uma série de mísseis balísticos de teste, um deles que sobrevoou o Japão.
Recentemente, o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, disse que a Coreia do Norte possivelmente conseguiu miniaturizar suas ogivas nucleares, à medida que aumenta significativamente suas capacidades de mísseis e diversifica suas tecnologias de lançamento, fatores que dificultam as interceptações.
Tais ações integram um plano de cinco anos estabelecido em um congresso do Partido dos Trabalhadores no início de 2021 para desenvolver armas estratégicas de “prioridade máxima”.
A lista inclui armas nucleares táticas, um novo míssil balístico intercontinental, ogivas de vôo hipersônico, submarinos movidos a energia nuclear e um satélite de reconhecimento.
Além das preocupações com a defesa, Kim abordou “uma série de deficiências graves” observadas em áreas como ciência, educação e saúde durante 2022, bem como sugeriu formas de enfrentamento e levantou tarefas importantes para o próximo ano. A economia é um tópico de alta prioridade, já que o líder sofre pressão crescente de sanções internacionais.
Por que isso importa?
A movimentação militar de Pyongyang aumenta a tensão na região, já que o país tem encarado a Coreia do Sul e as demais nações ocidentais como “inimigas”. O regime comunista afirma que não há “necessidade de se sentar frente a frente com as autoridades sul-coreanas e não há questões a serem discutidas com eles”. Isso inclui a questão nuclear.
Ao lado de EUA e Japão, os sul-coreanos têm pressionado Pyongyang a evitar a proliferação de armas nucleares e cooperar para manter a paz e a estabilidade na península. As negociações pela desnuclearização do país, porém, estão travadas desde 2019.
A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas a seu programa de armas. Até agora, o presidente Kim Jong-un recusou as tentativas de aproximação diplomática do líder norte-americano Joe Biden. A Casa Branca, por sua vez, diz que não fará concessões para que Pyongyang volte às negociações.
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