Um ataque empreendido contra uma mesquita matou ao menos dez pessoas na região de Tillaberi, no oeste do Níger, na segunda-feira (11). A informação foi confirmada somente dois dias depois da ação, na quarta-feira (13), pelo ministro da Defesa Issoufou Katambe, de acordo com a rede de televisão chinesa CGTN Africa.
“Os agressores, em motocicletas, atacaram uma mesquita durante o período de oração na prefeitura de Banibangou, na região de Tillaberi. As vítimas estavam orando”, disse Issoufou Katambe à mídia.
A autoria dos ataques não foi confirmada, algo que se tornou habitual numa região dominada pelo Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) e por grupos ligados à Al-Qaeda. Tillaberi fica perto da tríplice fronteira do Níger com Mali e Burkina Faso, onde a violência se intensificou nos últimos anos.
Em agosto, um ataque rebelde ao vilarejo de Darey Dey, também em Tillaberi, terminou com a morte de ao menos 37 pessoas, sendo 14 crianças e três mulheres.
Como ocorreu nesta segunda (11), o ataque de agosto também foi realizado em motocicletas, num momento em que a população trabalhava nas plantações da região. Darey Dey, que fica a cerca de 40 quilômetros de Banibangou, sofreu outro ataque violento semelhante no dia 15 de março.
Por que isso importa?
Tillaberi é considerada o novo epicentro da onda jihadista que tomou o Sahel Central. A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro.
Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, que esteve à frente do país desde 2011 e deixou o poder após dois mandatos, na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.
O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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