O governo da Uganda suspendeu a vacinação em massa contra a Covid-19 nesta terça (8). Conforme o diário queniano “Nation”, as poucas doses que restam no país imunizarão grupos prioritários, como idosos, profissionais da saúde e pessoas com comorbidades.
“A vacinação em massa está suspensa enquanto esperamos receber mais vacinas”, disse o porta-voz do ministério da Saúde, Emmanuel Ainebyoona, à agência chinesa Xinhua.
Pouco mais de 748,6 mil pessoas receberam até uma dose da vacina desenvolvida pela britânica AstraZeneca até esta segunda-feira. A farmacêutica enviou 964 mil doses do imunizante à Uganda em março, via iniciativa Covax da OMS (Organização Mundial da Saúde).
No domingo (6), o presidente Yoweri Museveni anunciou que o país receberá mais 175 mil doses da AstraZeneca e outras 300 mil doses doadas por Beijing nos próximos dias. Segundo ele, o governo também planeja comprar imunizantes da China, Rússia, Cuba e EUA.
O atraso no repasse das doses para a Uganda tem relação com o surto de Covid-19 na Índia. A nação africana é contemplada pela Covax, que privilegia o envio de vacinas a países empobrecidos. Quem produz os imunizantes da campanha é o Instituto Serum, que, no momento, dedica sua produção à população indiana.
Desinformação e subnotificação
Além das escassas remessas do imunizante, a desinformação também atrapalha a vacinação completa da população da Uganda. Boatos espalhados sobre doenças e efeitos adversos causados pela vacina fizeram com que equipes de saúde precisassem passar de casa em casa para convencer os mais velhos a receber as doses.
Em maio, o governo retirou vacinas não usadas no interior e iniciou uma vacinação em massa na capital, Kampala, após um aumento de casos.
Até esta segunda-feira, o país havia registrado cerca de 54 mil contágios de Covid-19 e 383 mortes. Assim como a maioria dos países africanos, há fortes indícios de subnotificação.
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