Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
Um grupo de relatores de direitos humanos e integrantes da OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu às autoridades do México que assegurem que o período após a campanha eleitoral e o pleito no país será pacífico.
Em comunicado, eles pedem ainda a identificação e a punição dos responsáveis pelos assassinatos e violações. Pelo menos 250 pessoas foram assassinadas desde setembro de 2020. Entre as vítimas fatais estão 89 políticos e 35 candidatos.
Vários familiares de políticos, jornalistas e funcionários públicos não associados à política também foram mortos. Os relatores pediram ao México que acabe com a polarização e garanta a realização pacífica de futuras eleições. O grupo lembrou que esta é a única maneira de o país avançar politicamente.
No documento, os especialistas afirmam que, apesar da violência durante o longo período eleitoral, o governo se esforçou para conter as ameaças a candidatos.
500 assentos no Congresso
Nas eleições de domingo (6), as maiores da história do México, milhares de candidatos disputaram mais de 20 mil vagas. Os eleitores escolheram 500 membros da câmara baixa do Congresso mexicano, 15 governadores de Estados e milhares de funcionários locais.
Os especialistas ressaltaram que houve 782 ataques durante a campanha eleitoral por motivos puramente políticos em todo o território do México. Muitos candidatos abandonaram a corrida com medo.
No documento, os relatores dizem que não esperavam mais assistir aos níveis assombrosos de violência registrados nas eleições de 2018, mas o processo que culminou na votação de domingo foi pior.
Violência a mulheres e indígenas
O grupo destaca que o direito à vida é fundamental, e os candidatos precisam competir sem receios. Para eles, o México também tem que respeitar, proteger e cumprir os direitos à liberdade de reunião e participação no processo político, incluindo o direito de o eleitor escolher seu candidato numa votação.
Uma outra preocupação é com padrões discriminatórios de agentes políticos, especialmente contra mulheres e indígenas. A campanha mexicana deste ano registrou um nível de violência sem precedentes, incluindo violência sexual, contra mulheres e jornalistas. Essas agressões representaram mais de um terço das denúncias no período pré-eleitoral.
Outro tema de direitos humanos, segundo os especialistas, é a suposta participação do crime organizado em campanhas e intimidação que leva à autocensura por jornalistas, impedindo que a população saiba realmente o que está acontecendo.
O grupo concluiu o comunicado afirmando que um pacote de medidas para assegurar a vida pacífica e a democrática no México deve incluir inquéritos completos e efetivos de todos os atos de violência relacionados às eleições.
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