O número de mortes no Afeganistão por ataques aéreos dos norte-americanos cresceu 330% em 2019 na comparação com 2017, ano em que Washington intensificou os ataques ao Taleban. Os dados são de um relatório da Universidade Brown, nos EUA, divulgado nesta segunda (7).
Segundo o estudo, cerca de 700 civis morreram em 2019 – o maior número desde o início da guerra do Afeganistão, em 2001. Em 2020, porém, embora as mortes por ataques aéreos tenham reduzido, os atentados têm outra origem: as forças de Cabul.
Em fevereiro deste ano, os EUA recuaram dos ataques aéreos após alcançar um acordo com as lideranças talibãs. Já as Forças Armadas afegãs intensificaram o cerco aos rebeldes desde o início das negociações intra-afegãs, em setembro.
Segundo Neta Crawford, diretora do estudo, pelo menos 86 civis afegãos foram mortos e 103 ficaram feridos após ataques da Força Aérea Afegã nos primeiros seis meses de 2020.
De julho a setembro, enquanto as negociações entre o governo afegão e o Taleban se desenrolavam em Doha, no Catar, o número de vítimas se intensificou. Morreram 70 civis e 90 ficaram feridos.
A promessa de retirada das tropas dos EUA do país, sob a expectativa de um acordo de paz, pode desestabilizar ainda mais o país. “Tememos que o Taleban tire vantagem para pressionar ainda mais as forças de Cabul”, disse Crawford à Al-Jazeera.
Segundo a pesquisadora, sem um cessar-fogo não há como esperar paz ao país. “Ambos os lados continuarão tentando uma vantagem em meio as negociações. É provável que o número de vidas de civis aumente”, apontou.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), 32 mil civis foram mortos e outros 60 mil feridos na última década, por conta dos conflitos no Afeganistão.
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