O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, já teria instruído seu governo a “se preparar” para o “hard Brexit”, ou a saída da União Europeia sem acordo com Bruxelas. O portal International Business Times reportou a informação no fim da tarde desta quinta (10).
Johnson ainda deve se encontrar com a cúpula da UE neste domingo (13). A data é escolhida como o “Dia D” às negociações do Brexit e deve decidir o futuro das relações entre o país e o bloco europeu após janeiro.
A reunião é a última tentativa para acertar questões não resolvidas e estabelecer um possível acordo comercial após diversas rodadas fracassas de negociação.
Em rara reunião noturna no gabinete, o líder conservador afirmou que os próprios ministros concordam que um acordo “não é o mais adequado” no momento.
Um funcionário do governo inglês disse ao jornal britânico “Financial Times” que existem “lacunas muito grandes” entre os dois lados. Nesta quarta (9), Johnson teria dito a aliados que não há “sinal de progresso” com a UE.
A menos de três semanas para a saída definitiva de Londres da UE, ambos os lados tentam construir acordos e eliminar qualquer remanescência possível da relação.
Desde a saída provisória do país do mercado único, em 31 de janeiro, a libra esterlina caiu 0,7% em relação ao dólar, nesta quinta (10), devido à insegurança na transição.
A chanceler alemã Angela Merkel já alertou que Bruxelas aceitará um resultado sem acordo caso os dois lados não encontrem um consenso.
Caminho tortuoso
Em comunicado, a UE apontou que propõe medidas de contingência caso não haja entendimento. Segundo o bloco, há “grande incerteza” sobre a possibilidade de acordo ser concluído até o dia 1 de janeiro.
Na lista, o bloco sugere que se mantenha conectividade aérea e rodoviária recíproca, assim como a possibilidade de acesso de pesca por navios da UE e do Reino Unido às águas uns dos outros.
A questão da pesca é a mais espinhosa nas negociações. A Grã-Bretanha já afirmou que está determinada a “recuperar a soberania sobre sua pesca” e a capacidade de “fazer as próprias leis”, como afirmou o chanceler Dominic Raab.
“A UE terá de avançar de forma significativa em ambos os pontos-chave porque são pontos de princípio”, disse. O bloco, por sua vez, determina que as medidas atenderão a um período sobre o qual não há acordo em vigor. Na ausência de um tratado, a regra terminará após período determinado.
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