A cerimônia de despedida de 200 boinas-azuis brasileiros no Líbano, nesta quarta (2), após a retirada das tropas de paz no país, anuncia também uma ruptura na diplomacia do Brasil.
Com o retorno, Brasília encerra a participação em missões de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) após 21 anos de operação ininterrupta. Já a caminho de casa, o contingente desfalca a proteção das fronteiras do Líbano, onde atuou por cerca de dez anos.
O Brasil servia à Unifil (Missão de Paz no Líbano), a única força de paz marítima da ONU (Organização das Nações Unidas) e ocupava o comando da Força-Tarefa Marítima – setor que ajudou a estruturar com outros 15 países.
O fim das operações da Fragata Independência, com o navio Capitânia, vem na esteira do crescente isolamento internacional do Palácio do Itamaraty. Com críticas à ONU, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já se mostrou hostil ao multilateralismo.
Em agosto, uma fonte do governo falou à CNN que Brasília cogitava encerrar a missão. Os motivos envolvem os recursos escassos da Marinha brasileira e a expectativa de “reconfiguração” no Líbano após a trágica explosão do porto de Beirute.
“Os navios que vão para lá têm mais de 40 anos, há um esforço logístico enorme e há outras áreas prioritárias para o Brasil”, disse.
Sem as tropas do Brasil, militares de Bangladesh, Alemanha, Grécia, Indonésia e Turquia se encarregarão das tarefas marítimas com cinco navios e cerca de 800 tripulantes, disse a ONU. Os soldados brasileiros devem chegar ao país em janeiro.
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