O emir do Catar, Tamim Al Thani, afirmou que apoia a solução de dois Estados em Israel para encerrar o impasse de décadas a respeito do reconhecimento do mundo árabe a Tel-Aviv.
A afirmação foi registrada na reunião com o conselheiro da Casa Branca Jared Kushner, genro do presidente dos EUA Donald Trump, na quarta (2), segundo informações da Al-Jazeera.
Kushner visitou nesta semana países do Oriente Médio para tentar estender a outras nações o acordo de normalização de relações bilaterais assinado entre Israel e Emirados Árabes Unidos, no último dia 13. Os Estados Unidos intermediaram as seis semanas de negociação.
Na reunião, Tamim reiterou seu comprometimento à chamada Iniciativa de Paz Árabe, assinada em 2002. O acordo possibilitaria a normalização das relações entre Israel e seus vizinhos em troca de um acordo que estabelecesse um Estado para os palestinos.
Quando Israel assinou acordos de normalização com o Egito, em 1979, e Jordânia, em 1994, os dois países exigiram a extensão de terras aos palestinos. O não cumprimento do acordo alarmou os países árabes, que se recusam a reconhecer o Estado judeu.
Rotas aéreas via Riad
Em acordo inédito, anunciado na quarta (2), Israel passa a ter acesso a boa parte do espaço aéreo da Arábia Saudita pela primeira vez.
Segundo o jornal norte-americano “The New York Times”, a decisão saudita permite que todos os vôos aos Emirados Árabes Unidos sobrevoem o seu território. A medida inclui aeronaves israelenses.
No anúncio, a Arábia Saudita afirma que concedeu a permissão a pedido dos Estados Unidos. As duas nações são parceiras de longa data.
As autoridades sauditas afirmaram que a nova regra não sinaliza mudança na posição Israel-Palestina. “As posições do Reino em relação a causa e ao povo palestino são fixas e firmes”, disse Faisal bin Farhan, ministro das Relações Exteriores sauditas, no Twitter.
Com a permissão saudita aos vôos entre Israel e Emirados Árabes, o percurso entre os dois países fica mais barato e 7h mais curto.
O anúncio saudita afirma que “todos os países” têm permissão para utilizar o espaço aéreo do país. A mensagem não menciona o Irã e o Catar, proibidos de sobrevoar o reino.
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