No dia 30 de novembro foi encerrada, oficialmente, a temporada de furacões no Oceano Atlântico. Os avanços dos serviços de meteorologia e previsão do tempo ajudaram a fazer alertas mais precisos para evitar perdas de vida em acidentes naturais.
Mas, para os especialistas, é preciso fazer mais para melhor se preparar contra tempestades e furacões. E este deve ser o foco de um workshop internacional, realizado a cada quatro anos, com o apoio da Organização Meteorológica Mundial (OMM). O evento de 2022 ocorre em Bali, na Indonésia, de 5 a 9 de dezembro.
Segundo a agência da ONU, apesar de ter terminado, a temporada de furacões deve deixar seu impacto, pelos próximos meses, com algumas tempestades arrasadoras.
A estação, que vai de junho a novembro no Oceano Atlântico, produziu 14 tempestades com nome e ventos de pelo menos 63km/h. Oito se tornaram furacões. Somente Fiona e Ian atravessaram áreas inteiras com ventos de mais de 178km/h, de acordo com a Administração Atmosférica Nacional Oceânica dos Estados Unidos.
Em média, uma estação tem 14 tempestades, sendo sete furacões e três grandes furacões. Mas, em 2022, a temporada foi mais calma que nos dois anos anteriores. Em 2020 e 2021, houve tanta atividade que a lista de nomes foi esgotada, mas como lembram os meteorologistas, basta apenas uma tempestade para devastar comunidades e economias inteiras.
Fiona, por exemplo, arrasou áreas do Caribe ao Canadá. Em 18 de setembro, o furacão chegou a Porto Rico com chuvas torrenciais e queda de energia elétrica além de gerar destruição e feridos. E após rastrear a República Dominicana, o furacão ganhou força chegando à categoria 4 na escala de Saffir-Simpson com ventos de até 130 km/hora quando partiu para Bermuda. No Canadá, converteu-se na tempestade mais forte a afetar o país.
Já o furacão Ian atingiu o oeste de Cuba em 27 de setembro se fortalecendo a caminho do Golfo do México e da Flórida com ventos de até 240km/h como uma das piores tempestades em um século.
Este ano, o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe registram perdas e danos assim como o continente asiático incluindo China, Japão, Filipinas e Vietnã, atingidos por tempestades tropicais fortes.
Uma série de ciclones tropicais provocou um atraso em ações de desenvolvimento sustentável em Madagascar, no Oceano Índico.
Os ciclones tropicais também conhecidos como furacões e tufões são uma das maiores ameaças à vida e à propriedade e provocam cheias, ventos extremos, tornados, relâmpagos e danos mortais.
Entre 1970 e 2019, mais de 1,9 mil desastres naturais foram causados por ciclones que mataram pelo menos 780 mil pessoas causando bilhões em perdas econômicas.
A mudança climática deve levar ao aumento de grandes ciclones tropicais e aumentar cheias e deslizamentos associados a esses eventos enquanto sobe o nível do mar e piora impacto de cheias em litorais e o desenvolvimento costeiro.
No wokshop, em Bali, na Indonésia, que começa neste 5 de dezembro, mais de 120 especialistas devem discutir formas de otimizar decisões e ação comunitária. Este ano, o tema é “Melhorando a ciência do ciclone tropical e serviços para melhores processos decisórios”.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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