Os preços das principais commodities alimentares tiveram uma redução modesta no mês de maio em relação a abril, de acordo com dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Entretanto, no acumulado de um ano, os números são desfavoráveis, sobretudo no caso do trigo, que aumentou 56,2% em relação ao valor registrado há um ano.
A agência divulgou na última sexta (3) o Índice de Preço dos Alimentos, que fechou o mês de maio com uma média de 157.4 pontos, 0,6% abaixo dos números de abril.
No caso específico do Índice de Preço dos Cereais, houve uma alta de 2,2%, puxada pelo aumento do preço do trigo. Segundo a FAO, o trigo ficou 5,6% mais caro em maio na comparação com abril e 56,2% mais caro que o valor correspondente registrado há um ano.
Existem algumas explicações para o valor de mercado do trigo continuar subindo: a Índia anunciou a proibição das exportações, houve preocupação com as condições das plantações em vários países exportadores e a produção de trigo na Ucrânia continua reduzida devido à guerra.
Enquanto o arroz também ficou mais caro, o milho foi na direção oposta, com redução de preço devido ao início da colheita no Brasil e melhorias das condições de plantio nos Estados Unidos.
A FAO prevê que a produção global de cereais em 2022 deva cair pela primeira vez em quatro anos, atingindo 2,7 bilhões de toneladas.
Leite e açúcar
O índice da FAO calcula também o preço dos óleos vegetais, que teve queda de 3,5% em maio na comparação com o mês anterior. Isso aconteceu com a Indonésia removendo uma proibição das exportações do óleo de palma e com menor demanda de importação dos óleos de soja e de canola, devido aos custos elevados dos últimos meses.
O preço do leite e derivados também caiu 3,5% em maio, devido às incertezas do mercado de leite em pó causadas pelas restrições impostas pela China relacionadas à Covid-19. Por outro lado, houve uma alta demanda por parte de restaurantes do Hemisfério Norte, evitando que o preço do queijo diminuísse de forma significativa, apesar de uma demanda de importação mais fraca.
Carne bovina
O Brasil ganha destaca no levantamento da FAO devido ao enfraquecimento do real em relação ao dólar americano. Aliado aos preços mais baixos do etanol, o valor médio mundial do açúcar acabou caindo 1,1% em maio.
A agência da ONU calcula também o índice de preço das carnes, que teve ligeira alta de 0,6% no mês passado, em relação à abril. Enquanto o preço da carne bovina ficou estável, o preço da carne de porco caiu.
A guerra na Ucrânia tem causado também rupturas na cadeia de abastecimento do frango, levando à alta no valor de mercado das aves. Outro problema observado pela FAO são os casos recentes de gripe aviária em meio ao aumento da demanda por frango na Europa e no Oriente Médio.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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