Delegações de mais de 130 países estão na capital de Portugal, Lisboa, para participar durante toda a semana da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. Além dos governos, representantes da ONU, da sociedade civil, do setor privado e cientistas estarão unidos por uma causa comum: reverter os danos causados aos oceanos e à vida marinha.
Antes da abertura do encontro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que nós, seres humanos, “somos os responsáveis pelos problemas dos oceanos, como poluição, pesca excessiva e branqueamento dos corais”. E cobrou soluções para os problemas, classificando a Conferência como uma oportunidade para “mostrar compromisso real com uma economia azul sustentável”.
Segundo a ONU, os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e concentram “cerca de 80% de toda a vida terrestre”, além de “gerar 50% do oxigênio que necessitamos e absorverem 25% de todas as emissões de dióxido de carbono”.
Em retribuição, os seres humanos depositam, por ano, mais de 11 milhões de toneladas de plásticos nos oceanos, como destaca o ministro da Economia e do Mar de Portugal António Costa Silva.
“Temos tido a deterioração do sistema oceânico do nosso planeta e continuamos todos os anos a depositar mais de 11 milhões de toneladas de plástico no oceano“, disse ele. “Portanto, eu espero muito por essa conferência, para que ela possa arredondar um plano de ação global, que depois pode ser declinado regionalmente a nível dos vários países, das várias plataformas que têm de ser mobilizadas”.
Pesca excessiva
Além da poluição dos mares, a pesca excessiva é um problema que precisa ser combatido em todos os continentes. O ministro do Mar de Cabo Verde, Abrão Vicente, também falou com a ONU News antes de embarcar para Lisboa. Segundo ele, o setor da pesca também é responsável pela poluição marinha.
“O principal poluidor dos oceanos é a grande indústria das pescas. Se as Nações Unidas fugirem desse aspecto e se os grandes países fugirem desse aspecto, temos um problema. Quem mais polui com redes de plástico, quem mais estraga os oceanos com o depósito em alto mar de grandes quantidades de combustíveis, de lixo produzido pelos navios industriais, é a indústria da pesca. Se fugirmos disso nesta cimeira, estamos a ser pouco sérios”, disse Vicente
O ministro lembra que o arquipélago de Cabo Verde depende totalmente do mar. Assim, o país deve apresentar no encontro um plano para garantir a sustentabilidade da pesca.
Até sexta-feira, último dia do encontro, os países-membros das Nações Unidas assinarão uma declaração com uma série de medidas que deverão ser tomadas para reverter a degradação dos oceanos.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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