A explosão de um carro-bomba atingiu um comboio militar e deixou ao menos seis pessoas mortas na cidade portuária de Aden, no sul do Iêmen, na quarta-feira (29). As vítimas são cinco civis e um soldado do exército iemenita, de acordo com a agência catari Al Jazeera.
Além dos seis mortos, outras seis pessoas ficaram seriamente feridas. Um dos sobreviventes do ataque foi Saleh al-Sayed, chefe das forças de segurança da província de Lahaj.
Amar al-Sherhy, coronel do exército do Iêmen, classificou o ataque como “covarde e traiçoeiro“, dizendo que os agressores usaram “um dispositivo explosivo que foi colocado em um carro”. Ele confirmou que al-Sayed sobreviveu.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, que ocorreu em uma região com forte presença da Al-Qaeda. Aden é também a sede do governo do presidente Abed Rabbo Mansour Hadi, que conta com o suporte de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita na luta contra os rebeldes houthis.
Na semana passada, ao menos dez militares morreram em dois ataques também no sul do país. Um dos ataques matou cinco soldados do exército, quando um caminhão sofreu uma emboscada. As outras cinco mortes foram registrada em uma ação contra uma base militar na cidade de Ataq, na rica província petrolífera de Shabua.
Por que isso importa?
O Iêmen vive uma guerra civil que começou no final de 2014, após o grupo rebelde dos houthis, alinhado ao Irã, expulsar o governo da capital Sanaa. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.
Desde 2021, os rebeldes têm intensificado os ataques com mísseis e drones contra empresas e órgãos governamentais sauditas, o que levou Washington a incluir o grupo em sua lista de grupos terroristas internacionais. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e portos do Iêmen.
A crise humanitária reflexo do conflito é uma das mais graves do mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Cerca de dois milhões de civis migraram para cerca de 140 alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.
Mais de 13,6 mil moradores já deixaram Marib temendo a onda de violência que pode se instalar na cidade. Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias.
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