O oposicionista russo Alexei Navalny, principal rival doméstico do presidente Vladimir Putin, foi transferido para um presídio de segurança máxima O problema é que nem os advogados dele sabem precisar para onde exatamente ele foi levado. A informação foi dada na terça-feira (14) pela advogada Olga Mikhailov, em entrevista à agência estatal russa Tass.
“Hoje, o advogado de Navalny na colônia de Pokrov foi informado de que Navalny não estava mais preso lá. Ele foi transferido para uma colônia de regime estrito, mas não nos disseram qual”, afirmou Mikhailova.
A transferência teria ocorrido em conformidade com uma sentença anunciada no dia 22 de março, que ampliou o tempo de detenção de Navalny para nove anos. Preso desde janeiro de 2021, em fevereiro daquele ano havia sido condenado inicialmente a dois anos e meio de prisão por violar uma sentença suspensa de 2014. Neste ano, foi julgado e condenado por peculato e desacato.
A equipe que defende o oposicionista, entretanto, diz que não recebeu qualquer informação prévia sobre a mudança e que não sabe para onde ele foi levado. “É claro que nem os advogados de Alexei nem seus parentes foram informados com antecedência sobre sua transferência. Havia rumores de que ele seria transferido para a colônia penal de alta segurança IK-6 “Melekhovo”, mas é impossível saber quando (e se) ele realmente chegará lá”, disse a porta-voz Kira Yarmysh no Twitter.
Of course, neither Alexei’s attorneys nor his relatives were informed about his transfer in advance. There were rumors that he was going to be transferred to the high-security penal colony IK-6 “Melekhovo”, but it is impossible to know when (and if) he will actually arrive there.
— Кира Ярмыш (@Kira_Yarmysh) June 14, 2022
Por que isso importa?
Navalny ganhou destaque ao organizar manifestações e concorrer a cargos públicos na Rússia. A principal plataforma do oposicionista é o combate à corrupção no governo de Vladimir Putin, em virtude da qual ele cobra uma profunda reforma na estrutura política do país.
Em agosto de 2020, durante viagem à Sibéria, Navalny foi envenenado e passou meses se recuperando em Berlim. Ele voltou a Moscou em 17 de janeiro de 2021 e foi detido no aeroporto. Um mês depois, foi julgado e condenado a dois anos e meio de prisão por violar uma sentença suspensa de 2014, sob acusação de fraude. Promotores alegaram que ele não se apresentou regularmente à polícia em 2020, justamente quando estava em coma pela dose tóxica.
Encarcerado em uma colônia penal de alta segurança, ele chegou a fazer uma greve de fome de 23 dias em abril de 2021, para protestar contra a falta de atendimento médico. Depois, em junho, um tribunal russo proibiu os escritórios regionais de Navalny e sua fundação, a FBK, de funcionarem, classificando-os como “extremistas”.
Em janeiro deste ano, ele foi incluído na lista de “terroristas e extremistas” do Serviço Federal de Monitoramento Financeiro da Rússia. No dia 22 de março, foi julgado por peculato e desacato. Condenado, teve o tempo de detenção ampliado para nove anos.
Os mortos de Putin
Desde que assumiu o poder na Rússia, em 1999, o presidente Vladimir Putin esteve envolvido, direta ou indiretamente, ou é forte suspeito de ter relação com inúmeros eventos, que levaram a dezenas de milhares de mortes. A lista de vítimas do líder russo tem soldados, civis, dissidentes e até crianças. E vai aumentar bastante com a guerra que ele provocou na Ucrânia.
Na conta dos mortos de Putin entram a guerra devastadora na região do Cáucaso, ações fatais de suas forças especiais que resultaram em baixas civis até dentro do território russo, a queda suspeita de um avião comercial e, em 2022, a invasão à Ucrânia que colocou o mundo em alerta.
A Referência organizou alguns dos principais incidentes associados ao líder russo. Relembre os casos.
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