A mídia russa noticiou no domingo (5) a morte do mercenário Vladimir Andonov, um militar de alto escalão de 44 anos acusado de envolvimento no assassinato de prisioneiros de guerra e civis. Conhecido como “O Carrasco”, Andonov, supostamente ligado à obscura organização Wagner Group, teria sido morto por um sniper na cidade ucraniana de Kharkiv. As informações são da revista Newsweek.
De acordo com o canal de Telegram Peleng, em um post divulgado pelo jornal russo Moskovsky Komsomolets, o militar morreu em uma operação noturna “durante reconhecimento de área, junto com seu companheiro, presumivelmente nas mãos de um franco-atirador”, detalhou o veículo.
Segundo a mesma publicação, Andonov atuava como voluntário sob o codinome de “Vaha”. Ele vivia na Ucrânia desde 2014, tendo se mudado para lá logo após a anexação da península da Crimeia por Moscou.
Informações que constam no banco de dados conhecido como Peacemaker, que documenta crimes de guerra cometidos pelas tropas de Vladimir Putin, dão conta de que Andonov esteve envolvido em fevereiro de 2015 na execução de prisioneiros de guerra do exército ucraniano em Logvinova, na região separatista de Donbass, no leste do país. Ele é descrito como um “mercenário russo” e um “carrasco”.
Andonov é apontado como integrante do Wagner Group, uma misteriosa empresa militar privada com largo histórico de abusos de direitos humanos em lutas armadas na Líbia, na Síria, na República Centro-Africana, em Moçambique e, agora, na Ucrânia. Tido como um dos mercenários preferidos do chefe do Kremlin, ele teria estado no front em operações russas na Síria e na Líbia. Como reconhecimento ao seu trabalho, ele foi condecorado com uma medalha por mérito militar em 2017.
A morte de Andonov, somada às baixas de outros dois importantes comandantes das forças russas, o major-general Roman Kutuzov e o tenente-general Roman Berdnikov, ambos também mortos em Donbass, representam perdas significativas para o exército invasor.
Desde o início da guerra, no dia 24 de fevereiro, a Rússia já teria registrado as mortes de ao menos 12 generais no conflito, segundo informações das forças ucranianas reproduzidas pelo jornal The New York Times. Esse número elevado de baixas tende a impactar severamente no desempenho das tropas de Moscou, de acordo com analistas militares ouvidos pelo jornal independente The Moscow Times. O Kremlin, no entanto, confirmou apenas três.
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