Os EUA têm aumentado a pressão sobre a Rússia em meio aos seguidos ataques cibernéticos cometidos por grupos russos de hackers contra empresas e governos ocidentais. Na última sexta-feira (9), o presidente norte-americano cobrou uma ação de Moscou durante conversa telefônica com Vladimir Putin, segundo a rede CNBC.
“O presidente Biden ressaltou a necessidade de a Rússia agir para interromper os grupos de ransomware que operam na Rússia e enfatizou que está comprometido com o envolvimento contínuo na ameaça mais ampla representada pelo ransomware“, disse um comunicado da Casa Branca, citando os ataques em que hackers sequestram dados de empresas e governos e obram resgate pela devolução.
Os governos ocidentais têm acusado os serviços de inteligência russos de estarem por trás dos ataques, acusação que Moscou reiteradamente nega. “Deixei bem claro que os Estados Unidos esperam, quando uma operação de ransomware está ocorrendo em seu solo, embora não seja patrocinada pelo Estado, que esperamos que eles ajam se dermos a eles informações suficientes para agir”, disse Biden, que prometeu consequência em caso de uma negativa por parte da Rússia.
Prejuízo bilionário
Nas últimas semanas, inúmeros ataques ocorreram no mundo. No maior deles, hackers russos do grupo REvil exigiram US$ 70 milhões em bitcoin para restabelecer os dados roubados de centenas de empresas em diversos países.
Semanas antes, no final de junho, o alvo foi a Microsoft, que teve seu sistema invadido através do suporte ao cliente. Até mesmo os dois principais partidos políticos dos EUA, o Republicano e o Democrata, foram alvos de ataques, em julho deste ano e em 2016, respectivamente.
Em maio, a Microsoft já havia relatado ataques do grupo Nobelium contra 150 agências governamentais, think tanks, consultores e organizações não-governamentais nos EUA, bem como em mais de 20 países. De acordo com as autoridades norte-americanas, os hackers estão ligados ao SVR (Serviço de Inteligência Estrangeiro, da sigla em russo) da Rússia.
A Microsoft, por sua vez, diz que o o grupo é o mesmo que realizou o sofisticado ataque hacker à empresa de softwares SolarWinds, em 2017, atingindo inclusive o governo dos Estados Unidos.
Entre 2015 e 2018, ataques promovidos por seis hackers russos causaram um prejuízo de mais de US$ 10 bilhões no mundo. Além de prejudicar empresas e redes elétricas na Europa, eles também estariam envolvidos em roubo de identidade e conspiração para fraude.
Uma das campanhas teria ocorrido em 2017, quando hackers invadiram uma rede elétrica ucraniana e vazaram informações para tentar interferir nas eleições francesas, apontam as acusações.
A dinamarquesa Maersk, do setor de logística, teve toda a sua operação prejudicada após um colapso na rede causado pelo malware impulsionado pelos russos. Outras empresas como a norte-americana FedEx, de transporte e remessas, e a farmacêutica alemã Merck também registraram prejuízos bilionários após invasões de sistemas digitais.
O grupo é procurado pelo FBI (Departamento Federal de Investigações, da sigla em inglês).
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