Uma operação comandada pelo exército francês no Mali, na quinta-feira (22), terminou com a morte de dois membros do grupo terrorista autointitulado Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS). A informação foi divulgada pelo ministro das Forças Armadas da França Florence Parly, de acordo com a agência Reuters.
“Esta última operação destaca nossa determinação em continuar a luta contra organizações terroristas armadas, trabalhando ao lado de nossos parceiros no Sahel e em coordenação com nossos aliados europeus e americanos”, diz um comunicado emitido pelo ministério.
A operação em questão teve a participação do exército dos Estados Unidos e ocorreu na região de Menaka, no oeste do Mali. O país vive um momento de ebulição política desde que uma junta militar derrubou o presidente Ibrahim Boubacar Keita, em agosto de 2020.
Atentado contra o presidente
Na terça-feira (20), o presidente interino Assimi Goita sofreu uma tentativa de assassinato em uma mesquita em Bamaco, capital do país. Ele foi atacado por um homem armado com uma faca durante evento em celebração do Eid al-Adha, a Festa do Sacrifício, uma das principais datas do calendário muçulmano. Posteriormente, ele disse que escapou ileso e que está “muito bem”
“Isso faz parte de ser um líder, sempre há descontentes. Há pessoas que a qualquer momento podem querer causar instabilidade”, disse ele em pronunciamento na emissora estatal ORTM (Emissora de Radiodifusão e Televisão do Mali, da sigla em francês).
Retirada de tropas
O Mali tem forte atuação de duas milícias extremistas islâmicas, a Al Qaeda e o EI (Estado Islâmico). Em meados de junho, um membro do alto escalão do EI foi preso pelo exército francês na região. Dias depois, o líder da Al-Qaeda no Magrebe conclamou seus combatentes a intensificar os ataques a tropas da França na região.
Os recentes confrontos acontecem em meio ao processo de redução das tropas francesas do oeste do Sahel africano, por ordem do presidente Emmanuel Macron. A missão Barkhane teve início em 2013, e desde então 55 soldados franceses morreram em combate ou ataques terroristas. Atualmente, 5,1 mil militares do país estão ativos por lá.
Especialistas e políticos ocidentais enxergam uma geopolítica delicada na região, devido ao aumento constante da influência de grupos jihadistas. Além disso, trata-se de uma posição importante para traficantes de armas e pessoas. A retirada das tropas de Macron tende a aumentar a violência.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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