Os ataques cibernéticos contra servidores da plataforma de mensagens Microsoft Exchange, ocorridos em março deste ano, tiveram a China como facilitadora. A alegação foi feita na quinta-feira (29) por Rachel Noble, diretora-geral da agência australiana de inteligência (ASD, na sigla em inglês).
De acordo com Noble, o governo chinês tomou conhecimento de falhas na segurança do sistema e, então, “deixou as portas abertas” para a invasão de hackers.
“Para descrevê-lo em linguagem simples, seria como se as casas e edifícios tivessem fechaduras defeituosas nas portas”, disse a chefe da ASD. “Quando o governo chinês tomou conhecimento dessas fechaduras defeituosas nas portas, ele entrou e manteve todas aquelas portas abertas”.
Ao afirmar que as ações foram sancionadas por Beijing, Noble disse que os chineses haviam “cruzado a linha”, motivando a criação de uma força-tarefa para combater a ameaça digital. Já o o secretário para Assuntos Internos da Austrália, Michael Pezzullo, afirmou que tais “ações imprudentes não devem ser toleradas.
De acordo com Noble, a estimativa é de que cerca de 70 mil empresas e organizações na Austrália utilizam um servidor Microsoft Exchange. “Portanto, é um ataque em uma escala extremamente grande e significativa”, observou.
Combate aos hackers
O episódio havia motivado a criação de uma aliança entre Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), UE (União Europeia), Japão, Austrália e Nova Zelândia. Individualmente, o governo australiano também debate a criação de uma legislação para aumentar a proteção do país contra ataques cibernéticos.
Segundo o jornal The Australian Financial Review, se aprovados, os novos poderes darão às agências governamentais o poder de “intervir” quando uma empresa está sob ataque cibernético.
A embaixada chinesa em Camberra rejeitou na semana passada a declaração da Austrália, que alegou ser “sem fundamento”.
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