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quarta-feira, 21 de julho de 2021

Vídeo mostra mísseis atingindo a região do palácio presidencial no Afeganistão

Três mísseis atingiram uma região próxima ao palácio presidencial de Cabul, capital do Afeganistão, na terça-feira (20). O Ministério do Interior afegão informou que dois dos artefatos explodiram, de acordo com o jornal britânico The Sun.

O ataque ocorreu durante a celebração de Eid al-Adha, a Festa do Sacrifício, uma das principais datas do calendário muçulmano. No momento das explosões, o presidente Ashraf Ghani participava de orações acompanhado de autoridades. A área é considerada de forte segurança e abriga, além do palácio, embaixadas e a missão da ONU (Organização das Nações Unidas).

O porta-voz do ministério, Mirwais Stanikzai, informou que não há vítimas. O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.

Uma transmissão ao vivo pelo canal de televisão estatal RTA TV mostrou o presidente afegão fazendo suas preces enquanto as explosões ocorrem nas proximidades. O festival seguiu sem interrupção, com o público impassível, enquanto guardas de segurança eram vistos correndo para o local da queda dos foguetes.

O porta-voz do Taleban Zabihullah Mujahid disse à agência Reuters que os insurgentes estavam em “estado de defesa” durante o festival sagrado muçulmano. Entretanto, o Taleban não declarou oficialmente um cessar-fogo nesta semana, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores.

Saída dos EUA

A violência tem se intensificado no Afeganistão após a retirada das tropas estrangeiras. As forças de segurança nacionais não conseguem enfrentar o poder de fogo dos jihadistas, que têm conquistado cada vez mais território. O grupo fala em 85% do país sob seu domínio, informação refutada pelo governo.

Vídeo mostra mísseis atingindo a região do palácio presidencial no Afeganistão
Soldados afegãos em operação na província de Helmand, abril de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Ministry of Defense Afghanistan)

O presidente Ghani afirmaque as forças afegãs são capazes de resistir à investida do Taleban. O presidente norte-americano Joe Biden também disse estar confiante de que o exército nacional esteja altura da tarefa. Há receios de que o país volte a ser um campo de treinamento para terroristas do EI e a Al-Qaeda.

O único exército estrangeiro que deve manter tropas em solo afegão após a evacuação é o turco. Um acordo firmado com Washington prevê que a Turquia assuma a segurança do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul. Ancara chegou a enviar cerca de 500 militares ao Afeganistão, com a missão de treinar, aconselhar e apoiar as forças nacionais.

Por enquanto, a situação é bastante desfavorável ao governo. No início de julho, cerca de mil soldados afegãos fugiram para o vizinho Tadjiquistão depois de um confronto com os jihadistas. A situação colocou o país vizinho em alerta, e a Rússia se comprometeu a entrar na disputa caso necessário, em respeito a uma aliança militar que engloba sete ex-Estados soviéticos criada em 2002.

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