A China disse que não vai autorizar a OMS (organização Mundial de Saúde) a empreender uma nova investigação sobre a origem da Covid-19. O pedido havia sido feito pelo diretor-geral do órgão, Tedros Ghebreyesus, na semana passada. As informações são da agência Reuters.
“Não aceitaremos tal plano de rastreamento de origens, pois, em alguns aspectos, desconsidera o bom senso e desafia a ciência”, disse Zeng Yixin, vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde (NHC) da China.
Em fevereiro, a OMS encerrou a primeira etapa das investigações e concluiu, em relatório publicado um mês depois, que era “extremamente improvável” que a Covid-19 tivesse sido originada em laboratório. A teoria defendida pelo órgão era de que a doença havia chegado ao ser humano diretamente da natureza, provavelmente através de morcegos.
Agora, o diretor da OMS cobra informações claras sobre o laboratório em Wuhan, num indício de que a hipótese de vazamento não está totalmente descartada, de acordo com a rede britânica BBC. Ele solicitou acesso aos dados brutos dos pacientes do início da pandemia e daqueles imediatamente anteriores, os quais o governo chinês não forneceu na primeira etapa das investigação.
“Esperamos que a OMS analise seriamente as considerações e sugestões feitas por especialistas chineses e trate verdadeiramente o rastreamento da origem do vírus COVID-19 como uma questão científica e se livre da interferência política”, disse Zeng.
Questão política
Entre os cientistas, não são raros os questionamentos à OMS pela forma como tem conduzido as investigações. A relação turbulenta entre China e EUA é um dos argumentos, pois dificultaria o trabalho da agência de obter as devidas respostas. Os críticos ao processo alegam que não se trata de uma questão de Saúde, e sim de Inteligência.
Alemanha e Estados Unidos são dois países que voltaram à carga por investigações aprofundadas. O presidente Joe Biden ordenou, em maio, uma revisão da Inteligência dos EUA para avaliar a possibilidade de ter havido um vazamento de laboratório. Jens Spahn, ministro da Saúde alemão, também cobrou a China “para que possibilite a continuação das investigações sobre as origens da Covid-19”, segundo a agência Reuters.
Richard Ebright, biólogo molecular da Universidade Rutgers, nos EUA, chamou a investigação da OMS de “farsa” e disse que determinar se o vírus veio de animais ou de um vazamento de laboratório tem dimensões políticas que vão além da capacidade da OMS, segundo a AP.
“Nunca encontraremos as origens contando com a Organização Mundial da Saúde”, disse, no início de julho, Lawrence Gostin, diretor do Centro Colaborador da OMS sobre Legislação de Saúde Pública e Direitos Humanos da Universidade de Georgetown. “Por um ano e meio eles foram bloqueados pela China, e está muito claro que eles não vão chegar ao fundo disso”.
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