Em 2009, moradores da região de Marange, no distrito de Mutare, no Zimbábue, foram retirados de suas terras pelo governo para dar lugar a empresas de mineração chinesas. Atualmente, os deslocados vivem em uma área do governo que habitualmente não oferece as melhores condições. Mas a situação piorou recentemente devido à falta de água na região, de acordo com o jornal local New Zimbabwe.
“Ficamos dois meses sem acesso a água potável. A situação está nos expondo a doenças transmitidas pela água, como cólera e febre tifóide, pois os moradores dependem de fontes desprotegidas ”, disse Tawanda Mufute, representante dos deslocados.
A falta de agua foi causada por uma falha no sistema de distribuição mantido pelo governo. Como resultado, as pessoas são forçadas a caminhar longas distâncias para obter água.
Mufute cobra as mineradoras que se instalaram em Marange. “Quando se trata de recursos naturais e governança, as empresas de mineração devem assumir a responsabilidade e garantir que as comunidades onde operam tenham acesso a informações, assistência médica e outras necessidades básicas”.
Uma ONG local, a GGZT (Fundo de Governança Verde do Zimbábue, da sigla em inglês) tem prestado apoio aos deslocados e destaca que a legislação não oferece muito respaldo.
“Infelizmente, as estruturas jurídicas domésticas são fracas para conter violações dos direitos humanos por parte das empresas ou estender os benefícios às comunidades. Há necessidade de amplas reformas legais e transparência de contratos, e as comunidades devem ser consultadas”, disse o representante da entidade Donal Nyarota.
Segundo ele, o problema não se resume ao Zimbábue. “A extração de recursos naturais no Hemisfério Sul, incluindo o Zimbábue, não se traduziu em impacto econômico e social positivo para as comunidades em áreas ricas em recursos”, disse Nyarota.
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