Svetlana Tikhanovskaya, que lidera a oposição ao presidente de Belarus Aleksander Lukashenko, desembarcou nos Estados Unidos com o objetivo de atrair a atenção de Washington para os abusos praticados pelo governo de seu país contra os oposicionistas. As informações são da rede Voice of America (VOA).
“Quero que os EUA mantenham Belarus na ordem do dia. Meu principal objetivo, é claro, é falar sobre Belarus, sobre a situação, sobre a escalada de violência por parte do regime”, disse ela. “O regime está destruindo tudo em Belarus. Está destruindo a mídia de massa, destruindo todas as organizações”.
Desde que Lukashenko se elegeu para o sexto mandato consecutivo, em agosto de 2020, há relatos de violência policial contra jornalistas, defensores dos direitos humanos, manifestantes e oposicionistas em geral. São fortes os indícios de desaparecimento, tortura e maus-tratos como forma de intimidação e assédio contra cidadãos belarussos.
Uma das reivindicações de Tsikhanouskaya frente aos governos ocidentais é colaborar para a libertação de mais de 500 prisioneiros políticos detidos pelas autoridades durante a repressão. O marido dela, Sergei Tikhanovsky, é um dos detidos.
“A única saída, a única forma de libertar os prisioneiros, é exercer pressão política e econômica sobre eles [governo]. E tenho certeza de que isso acontecerá em breve”. disse ela.
Um tribunal de Minsk anunciou, na segunda-feira (19), as penas impostas a 11 ativistas, segundo a Radio Free Europe (RFE). Sete foram condenados a oito anos de prisão por terem participado de “desordem em massa” e sob a acusação de danificar propriedade privada. Um dos acusados, que respondeu também por uso de arma de fogo nos protestos, foi sentenciado a nove anos de prisão. Outros três manifestantes pegaram cinco anos.
“Vodka e sauna”
O presidente, chamado de “último ditador da Europa”, está no poder desde 1994. De acordo com os dados oficiais, Lukashenko foi eleito em agosto com 79,7% dos votos, enquanto Tikhanouskaya recebeu 6,8%. O resultado é contestado por observadores e pela comunidade internacional.
A própria Tsikhanouskaya optou por deixar o país com seus dois filhos após a brutal repressão as manifestações pacíficas que sucederam a eleição.
O desgaste com o atual governo, que já se prolonga há anos, acentuou-se em 2020 devido à forma como ele lidou com a pandemia, que chegou a chamar de “psicose”. Em determinado momento, o presidente recomendou “vodka e sauna” para tratar a doença.
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