Morreu sob custódia no domingo (25) o homem acusado pela tentativa de assassinato do presidente interino do Mali, Assimi Goita, militar responsável por dois golpes em menos de um ano. O comunicado foi feito por autoridades malianas e noticiado pela agência qatari Al Jazeera.
O suspeito, que não teve a identidade revelada, foi detido na terça (20) após atentar contra Goita em uma mesquita em Bamaco, capital do país, durante evento em celebração do Eid al-Adha, uma das principais datas do calendário muçulmano.
Segundo a nota oficial, após a detenção, a saúde do suspeito “se deteriorou”. Ele foi hospitalizado, mas “infelizmente morreu”.
O crime ocorreu após as orações, quando dois homens atacaram Goita, um deles portando uma faca. Um jornalista da Agência France Press (AFP) que testemunhou a cena diz que viu sangue, mas não soube precisar de quem era.
No mesmo dia, Goita apareceu em pronunciamento na emissora estatal ORTM (Emissora de Radiodifusão e Televisão do Mali, da sigla em francês) anunciando que tudo estava “muito bem” e que o episódio “faz parte de ser um líder, sempre há descontentes. Há pessoas que a qualquer momento podem querer causar instabilidade”.
Segundo uma fonte sigilosa ouvida pela agência AFP, o suspeito nunca foi apresentado às autoridades judiciais. Embora a sua identidade não tenha sido revelada, o comissário Sadio Tomoda revelou que ele era um professor.
Procuradores do Mali abriram uma investigação sobre o incidente.
O governo informou que foi determinada uma necropsia para averiguar a causa da morte do suspeito.
Retirada francesa
Na semana passada, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que seu país começaria a fechar três bases militares no norte do Mali até o final de 2021, noticiou a emissora Voice of America (VOA).
“Esses fechamentos começarão no segundo semestre de 2021 e serão concluídos no início de 2022”, disse Macron em uma coletiva de imprensa após uma cúpula com os líderes dos países do G5 do Sahel, incluindo Mali, Burkina Faso, Chade, Mauritânia e Níger.
A decisão de reduzir o número de tropas no Mali divide a população local – parte acredita que os soldados fazem um grande serviço de segurança; outros acham que os franceses não conseguiram fazer o que deveriam e é hora de irem embora.
As forças francesas estão no Mali desde 2013, reforçando a luta contra grupos jihadistas no norte do país. Desde então, 55 soldados franceses morreram em combate ou ataques terroristas. Atualmente, 5,1 mil militares do país estão ativos por lá.
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