Especialistas em Direitos Humanos avaliam que as sanções comerciais impostas pelos EUA contra a Venezuela, ainda no governo Donald Trump, colocam em risco a vida de pessoas doentes no país sul-americano. O alerta do grupo foi feito na quarta-feira (21), em Genebra, na Suíça.
Um grupo independente de relatores da ONU (Organização das Nações Unidas) avaliou que o bloqueio imposto à PDVSA, empresa petroleira estatal venezuelana, coloca em risco a vida de pacientes que aguardam transplantes que seriam realizados no exterior ou que sofrem de câncer.
Os relatores destacam que uma operação ou tratamento fora da Venezuela tem sido “a única esperança para centenas de pacientes em estado crítico”. E o bloqueio prejudica um programa da Fundação Simón Bolívar, que pertence à refinaria venezuelana Citgo Petróleo, com sede nos Estados Unidos.
A fundação ajuda pacientes com câncer, incluindo crianças, a viajar para fora do país para receberem transplantes e outros tratamentos. Muitos deles são ligados ao sistema nacional de transplantes da Venezuela, mas os tratamentos foram interrompidos quando os Estados Unidos se recusaram a dar ao governo venezuelano o controle da Citgo.
De acordo com os analistas, a sanção para “controlar a agenda política da Venezuela teve consequências devastadoras para centenas de pessoas em tratamento para rejeição de transplantes, tanto na Venezuela quanto no exterior”.
Direito Fundamental
Os relatores afirmam que o assunto já foi levado ao governo dos Estados Unidos e a outros países e entidades. Segundo eles, as sanções criam “consequências inesperadas”, por isso pedem “que seja retomado o tratamento dos pacientes, que correm risco de perder a vida”.
“Embora o direito à saúde e o direito à vida sejam fundamentais para todas as pessoas no mundo, apelamos a todos os Estados, bancos e empresas privadas para que assumam total responsabilidade pelos efeitos de suas ações sobre os indivíduos e retirem as sanções”, dizem os analistas.
Mortes
Com o impedimento de transferência de dinheiro para fora da Venezuela, alguns pacientes não conseguem sair do país enquanto aguardam tratamento. Segundo os relatores, 190 pacientes com câncer estão numa lista para receber terapia fora do país e 14 crianças acabaram morrendo, nos últimos três anos, enquanto esperavam ajuda.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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