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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Empresas russas suspeitas de ligação com ataques cibernéticos são punidas pelos EUA

Em meio às acusações direcionadas a Moscou de estar por trás dos recentes ataques cibernéticos contra empresas e o próprio governo dos EUA, Washington impôs sanções financeiras a seis empresas russas da área de tecnologia. As informações são da agência Reuters.

“Há motivo razoável para acreditar, com base em fatos específicos e articuláveis, que as entidades estiveram envolvidas, estão envolvidas ou representam um risco significativo de serem ou se envolverem em atividades contrárias à segurança nacional ou aos interesses da política externa dos Estados Unidos”, diz um comunicado do Departamento do Comércio dos EUA.

Encontro entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Joe Biden, presidente dos EUA, em junho de 2021 (Foto: Wikimedia Commons)

Com a punição, pessoas e empresas nos EUA ficam proibidas de negociar com as empresas listadas, sob pena de punição com base na legislação norte-americana. É proibido, ainda, investir em ações das empresas, que também ficam impedidas de contrair dívidas com financeiras norte-americanas com prazo superior a 90 dias.

Os Estados Unidos têm aumentado a pressão sobre a Rússia em meio aos seguidos ataques cibernéticos cometidos por grupos russos de hackers contra empresas e governos ocidentais. Os serviços de inteligência russos são acusados de dar suporte aos grupos de hackers, o que Moscou reiteradamente nega.

Na semana passada, um comunicado da Casa Branca citou a expectativa de que Moscou atuasse contra os invasores digitais. “O presidente Biden ressaltou a necessidade de a Rússia agir para interromper os grupos de ransomware que operam na Rússia e enfatizou que está comprometido com o envolvimento contínuo na ameaça mais ampla representada pelo ransomware“, disse o texto, citando os ataques em que hackers sequestram dados de empresas e governos e obram resgate pela devolução.

Prejuízo bilionário

Nas últimas semanas, inúmeros ataques ocorreram no mundo. No maior deles, hackers russos do grupo REvil exigiram US$ 70 milhões em bitcoin para restabelecer os dados roubados de centenas de empresas em diversos países.

Semanas antes, no final de junho, o alvo foi a Microsoft, que teve seu sistema invadido através do suporte ao cliente. Até mesmo os dois principais partidos políticos dos EUA, o Republicano e o Democrata, foram alvos de ataques, em julho deste ano e em 2016, respectivamente.

Em maio, a Microsoft já havia relatado ataques do grupo Nobelium contra 150 agências governamentais, think tanks, consultores e organizações não-governamentais nos EUA, bem como em mais de 20 países. De acordo com as autoridades norte-americanas, os hackers estão ligados ao SVR (Serviço de Inteligência Estrangeiro, da sigla em russo) da Rússia.

EUA pressionam Moscou e cobram ação contra os ataques de hackers russos
Hackers russos têm causado enorme prejuízo a empresas e governos em todo o mundo (Foto: Max Bender/Unplash)

A Microsoft, por sua vez, diz que o o grupo é o mesmo que realizou o sofisticado ataque hacker à empresa de softwares SolarWinds, em 2017, atingindo inclusive o governo dos Estados Unidos.

Entre 2015 e 2018, ataques promovidos por seis hackers russos causaram um prejuízo de mais de US$ 10 bilhões no mundo. Além de prejudicar empresas e redes elétricas na Europa, eles também estariam envolvidos em roubo de identidade e conspiração para fraude.

Uma das campanhas teria ocorrido em 2017, quando hackers invadiram uma rede elétrica ucraniana e vazaram informações para tentar interferir nas eleições francesas, apontam as acusações.

A dinamarquesa Maersk, do setor de logística, teve toda a sua operação prejudicada após um colapso na rede causado pelo malware impulsionado pelos russos. Outras empresas como a norte-americana FedEx, de transporte e remessas, e a farmacêutica alemã Merck também registraram prejuízos bilionários após invasões de sistemas digitais.

O grupo é procurado pelo FBI (Departamento Federal de Investigações, da sigla em inglês).

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