Político lituano é condenado a seis anos de prisão por espionagem para a Rússia

Um tribunal lituano condenou nesta terça-feira (27) o político Algirdas Paleckis, conhecido por suas opiniões pró-Moscou, a seis anos de prisão por espionagem em favor da Rússia, noticiou a emissora Radio Free Europe (RFE).

De acordo com a Procuradoria-Geral do país, Paleckis e um número não especificado de outros cidadãos lituanos teriam coletado informações para a inteligência russa em troca de dinheiro entre fevereiro de 2017 e outubro de 2018.

O jornalista e político lituano Algirdas Paleckis fala no National Press Club Newsmaker em 2012 sobre sua prisão pendente por “negar a agressão soviética contra a Lituânia” (Foto: Noel St. John/Creative Commons)

A Justiça do país também decidiu que o empresário Deimantas Bertauskas, que admitiu ser culpado e testemunhou contra Paleckis, fosse liberado da responsabilidade criminal e que tivesse seu caso arquivado. Segundo depoimento do porta-voz do tribunal Vytautas Joncas ao portal lituano Klaipeda, seu testemunho foi tido como crucial para desvendar as atividades ilegais dos agentes da inteligência russa na Lituânia.

Paleckis e vários outros acusados foram presos em dezembro de 2018 por espionagem, o que enfureceu as autoridades em Moscou.

Na ocasião das prisões, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse que as prisões foram “mais um movimento russofóbico” e uma “inversão dos direitos e liberdades democráticas” na Lituânia. Ela não explicou a fundamentação de suas declarações.

Paleckis já cumpriu parte da sentença, mais de 17 meses, desde quando foi preso, no decorrer da investigação que antecedeu o julgamento.

Questão da Crimeia

Desde que a Rússia apreendeu e anexou ilegalmente a península da Crimeia da Ucrânia no início de 2014, há conflitos entre forças separatistas e pró-Rússia e o governo do país na região de Donbass, ao leste.

O episódio, que aumentou a tensão militar, levantou preocupações entre algumas outras ex-repúblicas soviéticas. Desde então, os tribunais lituanos já condenaram várias pessoas por espionagem para a Rússia e seu aliado, Belarus.

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