Departamentos do governo do Zimbábue envolvidos na concessão especial à empresa chinesa Afrochine para mineração dentro da reserva selvagem Mavuradona foram convocados na segunda-feira (26) para uma reunião de crise. O resultado foi a suspensão das operações da companhia no país, segundo o portal NewZimbabwe.com.
Fontes que participaram da reunião relataram que o encontro abordou problemas decorrentes de atividades de mineração irresponsáveis da Afrochine dentro do parque natural de Mavuradona, que integra o Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Ao término da reunião, foi unanimemente acordado que a empresa chinesa deveria encerrar imediatamente as operações. “Pareceu haver consenso de que a mineração não está fazendo nenhum bem para a conservação de nossos recursos naturais na natureza selvagem de Mavuradona”, disse a fonte.
Alguns mineradores, embora tivessem documentação em ordem, estavam infringindo as condições estabelecidas. Outros não tinham autorização, ao contrário do que afirmavam. Já um terceiro grupo alegou ter autoridade do Guruve RDC (Conselho Distrital Rural de Guruve), embora atuasse no distrito de Muzarabani.
Ameaça ambiental
Chief Chiweshe, um líder comunitário que representa os interesses da população local, diz que a ação da mineradora não é um perigo apenas para os animais e para o meio-ambiente, mas também para os seres humanos. Ele expressou preocupação com o fato de a Afrochine não respeitar a lei em todo o Zimbábue, não somente no Parque Mavuradonha.
Chiweshe ainda acusa funcionários do governo local de serem subornados para garantir a aprovação da mineradora chinesa para a extração ilegal. “O desafio é a corrupção, onde agora todo mundo tem como objetivo obter uma propina de 5% de cada investidor”, disse.
Exploração frequente
Em 2009, moradores da região de Marange, no distrito de Mutare, no Zimbábue, foram retirados de suas terras pelo governo para dar lugar a empresas de mineração chinesas. Hoje vivem em uma área do governo em condições precárias.
No noroeste do país, em maio deste ano, os apelos contrários da população de Dinde não foram suficientes para barrar o início da exploração da mineradora chinesa Beifa Investments no local.
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