Pelo menos dez pessoas morreram após ataque na madrugada de quinta-feira (1º) em Beni, no leste da RD Congo. Segundo a agência qatari Al Jazeera, o ato teria partido da ADF (Frente Democrática Aliada, na sigla em inglês), grupo islamista armado de Uganda que se diz associado ao EI (Estado Islâmico).
Testemunhas disseram à agência Reuters que um grupo de jihadistas incendiou diversas casas durante a ação noturna, efetuando disparos em pessoas que abandonavam suas residências em fuga e atacando algumas delas com facões.
O ataque ocorre cinco dias após a cidade, que abriga milhares de desalojados de regiões atingidas pela violência, ter sido atingida por duas explosões, no último domingo (27). Segundo as autoridades, a autoria também teria sido da ADF. A prefeitura fechou escolas, igrejas e mercados por 48 horas como medida de segurança.
Na quinta (1) pela manhã, centenas de manifestantes foram às ruas pedir o fim da violência e protestar contra o fracasso da política de segurança pública. Durante o ato, foram erguidas barricadas, e pneus foram queimados. O veículo independente The Defense Post relatou que jovens furiosos desfilaram gritando mensagens antigovernamentais.
Entre os militantes estava Kathembo Ngeleza, que havia sido acordado ao som de tiros após assistir a uma festa comemorativa da Independência do país. “Até agora, nós mesmos vimos dez corpos e acabamos de transportar uma vítima em um carrinho até o necrotério”, relatou. Segundo ele, as autoridades, que deveriam proteger a população, não sabem o que estão fazendo.
A ADF é acusada de matar milhares de pessoas desde 2014, a maioria em áreas remotas. Em junho, 57 pessoas foram assassinadas pelo grupo em vilarejos. Os extremistas entraram para a lista de terrorismo dos EUA em março deste ano.
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