O próximo ano deve testemunhar a pior crise humanitária já registrada desde a fundação da ONU (Organização das Nações Unidas), em 1945. A previsão vem de líderes reunidos em Assembleia Geral extraordinária sobre a crise, nesta quinta (3) e sexta-feira (4).
Com a pandemia e as restrições para redução de contágio, o número de pessoas dependentes de ajuda humanitária em todo o mundo cresceu 40%.
Só o Programa Mundial de Alimentos – vencedor do Nobel da Paz em 2020 –, carece de US$ 35 bilhões para atender os prejudicados pela fome. “O próximo ano será catastrófico”, disse o chefe da agência, David Beasley.
“Não vamos conseguir financiar tudo, teremos que priorizar os icebergs em frente ao Titanic”, afirmou ele em referência ao naufrágio do transatlântico, que matou mais de 1.500 pessoas em 1912.
O acesso à vacina foi outro assunto na pauta do encontro. O chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, solicitou ajuda de US$ 4,3 bilhões ao Covax – programa mundial de compartilhamento de vacinas.
Em um chamamento, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, instou os países ricos a não “atropelarem” as nações empobrecidas na corrida pelas doses. “Não podemos aceitar. Essa é uma crise global”, apontou.
Crise vai marcar gerações
A crise causada pela pandemia do novo coronavírus vai marcar gerações, estimaram os líderes da sessão. O vírus já atingiu a mais de 65,6 milhões de pessoas e foi a causa de 1,5 milhão de mortes desde o início do ano.
Além da crise em saúde, o colapso econômico deve empurrar mais de um bilhão de cidadãos para a pobreza extrema até o final da década.
“Isso é inevitável caso não fizermos as escolhas certas agora”, disse Achim Steiner, administrador do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
A ONU anunciou que busca mobilizar US$ 28 bilhões em fundos para garantir a disponibilização global de vacinas até o final do próximo ano.
O post Em Assembleia extra, ONU prevê 2021 com pior crise humanitária em 75 anos apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos