O tiroteio que matou o cantor Haacaaluu Hundeessaa, em 29 de junho, ainda reverbera na Etiópia. Desde então, ondas de violência e protestos já prenderam nove mil pessoas e cerca de 200 foram mortas em Oromia, região da capital, Adis Abeba.
Com intensa violência policial, cresce o receio de que o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed, eleito em 2018, deixe de lado princípios democráticos prometidos em campanha.
No país, prisões arbitrárias se tornaram comuns. “O governo prende pessoas e depois procura evidências”, disse a ativista da Anistia Internacional, Fisseha Tekle.
Pelo menos 1,2 mil funcionários do governo foram presos pelas autoridades desde que os ataques começaram, reportou o site “The East African“, na quinta (13).
A versão oficial é que eles não teriam “cumprido suas responsabilidades” durante os protestos. Alguns funcionários foram acusados de disseminar violência e emprestar suas armas para agressores.
À Reuters, a Comissão Etíope de Direitos Humanos denunciou a prisão do ativista, Dejene Tafa, arrastado de sua cama durante a noite por policiais. Professor universitário, Dejene é secretário do Partido Oromo no Congresso.
A porta-voz do primeiro-ministro etíope, Billene Seyoum, afirmou que as ações “são um reflexo do compromisso com a lei”, pontuou.
Em 2019, Ahmed chegou a receber o Nobel da Paz após a libertação de presos políticos e promessas de preservar a liberdade individual. Também espera-se que eleições livres sejam realizadas no próximo ano – um grande marco para a segunda nação mais populosa da África.
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