Chefes de Defesa de Japão, Austrália e Estados Unidos se comprometeram no sábado (1°) a reforçar a cooperação trilateral e alinhar ainda mais suas estratégias de segurança à medida que as tensões com China, Rússia e Coreia do Norte ganham força. A conversa ocorreu durante reunião ministerial no Havaí, a primeira desde o Diálogo de Shangri-La, realizado em junho em Cingapura. As informações são da agência Kyodo News.
No encontro, foi consenso entre os ministros a condenação veemente aos exercícios militares do exército chinês ao redor de Taiwan, inclusive com testes de mísseis, em agosto, após visita à ilha da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi.
“Continuaremos a fortalecer a cooperação trilateral para contribuir para a realização de um Indo-Pacífico livre e aberto”, disse em coletiva de imprensa o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, após reunião com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa australiano, Richard Marles.
Ainda sobre as crescentes tensões na ilha semiautônoma, os três chefes de Defesa também reiteraram a importância da paz e da estabilidade na região, prometendo buscar uma “resolução pacífica” para as questões através do Estreito, segundo o Ministério da Defesa japonês.
“Estamos profundamente preocupados com o comportamento cada vez mais agressivo e intimidador da China no Estreito de Taiwan e em outras partes da região”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, antes das negociações, segundo repercutiu o jornal The Japan Times.
A guerra na Ucrânia também foi pauta entre os representantes governamentais. “A ordem global baseada em regras está sendo pressionada de uma maneira que não vimos em muitas, muitas décadas”, disse o ministro da Defesa australiano, Richard Marles.
Ele acrescentou que seu país está ao lado da Ucrânia “porque vemos que os princípios envolvidos nesse conflito vão diretamente para o interesse nacional da Austrália”, disse Marles, “já que nosso interesse está na defesa da ordem global baseada em regras”.
A Coreia do Norte também foi devidamente abordada. As tensões cresceram com Pyongyang no começo de setembro, quando o líder Kim Jong-un declarou durante a Assembleia Popular Suprema que seu país não abriria mão do armamento nuclear. No mesmo dia, a convenção aprovou uma lei que estabelece situações em que o líder supremo dos norte-coreanos teria poderes para ordenar um “ataque nuclear preventivo”.
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