Jornalista paquistanês crítico do atual governo é morto a tiros no Quênia

O jornalista paquistanês Arshad Sharif foi morto a tiros no domingo (23) no Quênia. Os disparos partiram da polícia local, e a justificativa dada pelas autoridades é a de que houve uma confusão quanto à identidade da vítima. As informações são da rede BBC.

Alinhado ao ex-primeiro ministro do Paquistão Imran Khan e crítico à atuação das forças armadas na queda dele, Sharif fugiu de seu país em maio alegando perseguição. Desde então, havia morado no Reino Unido e em Dubai antes de seguir para o Quênia. No entanto, ainda não se sabe o que ele fazia no país africano.

Oficialmente, a polícia queniana afirma que o veículo no qual o jornalista estava com o irmão dele foi confundido com um carro roubado. Então, os agentes dispararam quando o carro teria se recusado a parar em um bloqueio de trânsito.

O jornalista paquistanês Arshad Sharif (Foto: reprodução/Facebook)

A morte do jornalista gerou um comentário no Twitter do atual premiê paquistanês Shehbaz Sharif. “Estou profundamente entristecido pela notícia chocante da morte trágica do jornalista Arshad Sharif. Que Alá lhe conceda um lugar no céu. Minhas profundas condolências e orações para a família enlutada”, disse o político.

I am deeply saddened by the shocking news of journalist Arshad Sharif's tragic death. May Allah SWT grant him a place in Heaven. My deep condolences and prayers for the bereaved family.

— Shehbaz Sharif (@CMShehbaz) October 24, 2022

Khan, por sua vez, pediu que o caso de investigado e usou a palavra “assassinato”, dizendo ainda que o jornalista “pagou o preço por dizer a verdade. Já o ministro da Informação do atual governo, Marriyum Aurangzeb, declarou que as pessoas devem evitar especular sobre o ocorrido, segundo a rede Radio Free Europe (RFE).

Arshad Sharif partiu em defesa do ex-primeiro-ministro quando ele deixou o cargo em abril deste ano. O jornalista chegou a dizer durante uma transmissão na TV paquistanesa que os soldados do país não deveriam seguir as ordens de seus superiores, mantendo-se assim ao lado da “maioria”. Um mandado de prisão foi expedido contra ele, que optou por se exilar no exterior.

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