A União Europeia (UE) irá ampliar seu apoio militar à Ucrânia nesta segunda-feira (17), lançando uma missão para treinar 15 mil soldados ucranianos a partir de novembro. Além disso, deve financiar 500 milhões de euros para novos armamentos. O anúncio deve ser feito durante reunião em Luxemburgo, que conta com ministros de Relações Exteriores dos 27 Estados-membros do bloco econômico. As informações são da agência Reuters.
A uma semana de completar oito meses de guerra, as tropas ucranianas estão progredindo no front e os apoiadores ocidentais de Kiev querem garantir que o exército do país invadido pelas forças de Vladimir Putin tenham capacidade para continuar lutando.
Vizinha da Ucrânia, a Polônia deve servir como o principal centro para a missão. A Alemanha também será sede dos treinamentos. A UE, que tem apoiado o pais liderado por Volodymyr Zelensky desde o início da guerra com pacotes financeiros, pela primeira vez irá compartilhar ajuda militar.
Um diplomata ouvido pela rede France24 disse que a previsão de orçamento é de cerca de 60 milhões de euros por ano. O valor exato deve ser acordado durante a reunião, juntamente com uma nova parcela de 500 milhões de euros (US$ 486 milhões) em financiamento central da UE para ajudar a cobrir os custos das armas enviadas aos ucranianos.
Irã e China no radar
Outra pauta a ser discutida pelas autoridades é a aplicação de sanções adicionais ao Irã em consequência da mais recente repressão de Teerã aos manifestantes após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda vítima de abuso policial por não cumprir regras de vestuário para as mulheres. Entre as penalidades estão proibições de viagem e congelamento de bens a cerca de 15 iranianos envolvidos na repressão.
A relação do bloco com a China também é assunto na mesa, em particular a necessidade de uma postura potencialmente mais dura com Beijing.
A transferência de drones iranianos para Moscou igualmente será abordada pelos ministros. No mês passado, Washington sancionou quatro empresas do Irã acusadas de participar do processo de produção, venda e entrega à Rússia de drones iranianos a serem usados na guerra contra a Ucrânia.
De acordo com Brian E. Nelson, subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, as negociações com Teerã configuram uma ação desesperada de Moscou, que começou a ficar sem armas e não tem mais a quem recorrer para comprá-las, vez que seus antigos parceiros comerciais desapareceram devido às sanções impostas pelo Ocidente.
“A Rússia está fazendo escolhas cada vez mais desesperadas para continuar sua guerra não provocada contra a Ucrânia, particularmente diante de nossas sanções e controles de exportação sem precedentes”, disse o subsecretário.
Teerã nega as acusações de que forneceu ao Kremlin armas “para serem usadas na guerra na Ucrânia”.
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