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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

ONU contesta Rússia e reitera que não há evidências de armas biológicas na Ucrânia

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou na quinta-feira (27), pela terceira vez desde que teve início a guerra na Ucrânia, que não há qualquer indício de armas biológicas produzidas ou armazenadas por Kiev. O Conselho de Segurança se reuniu para debater a questão a pedido da Rússia.

Izumu Nakamitsu, alto representante da ONU para assuntos de desarmamento, já havia se manifestado sobre a questão anteriormente em março e maio. Nas duas ocasiões, afirmou não haver evidências de uso de armas biológicas na Ucrânia. “Este continua sendo o caso hoje”, reiterou nesta quinta Adedeji Ebo, o vice de Nakamitsu.

Reunião do Conselho de Segurança da ONU, abril de 2019 (Foto: UN Photo/IAEA/Eskinder Debebe)

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, foram colhidas “evidências e materiais que lançam luz sobre a verdadeira natureza das atividades biológicas-militares dos EUA em território ucraniano”. Assim, não restou outra opção ao governo “a não ser apresentar uma queixa ao presidente do Conselho de Segurança da ONU para iniciar uma investigação internacional”.

“A participação direta do Pentágono no financiamento da atividade biológica militar na Ucrânia se reflete no plano de prestação de assistência técnica a certos destinatários do Ministério da Defesa da Ucrânia, datado de 2018”, disse embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzya. “O verdadeiro beneficiário dos fundos são os laboratórios do Ministério da Defesa da Ucrânia em Kiev, Lviv, Odessa e Kharkiv”. 

Respondendo à denúncia, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, caracterizou o encontro do Conselho de Segurança “uma colossal perda de tempo”, dizendo que a reunião foi realizada com o único propósito de espalhar desinformação.

“Não importa quantas reuniões a Rússia tente convocar sobre esse assunto. E não importa o quanto ative sua máquina de propaganda. Não devemos desviar recursos da ONU para uma investigação sem fundamento. E não devemos permitir que as táticas da Rússia nos distraiam de sua brutal guerra de agressão”, respondeu Greenfield. 

Ebo seguiu pelo mesmo caminho. “Gostaria também de observar que as Nações Unidas atualmente não têm mandato nem capacidade técnica ou operacional para investigar essas informações”, acrescentou.

Tanto a Rússia quanto a Ucrânia são partes da Convenção de Armas Biológicas de 1972, que proíbe o desenvolvimento, produção, aquisição, transferência, armazenamento e uso de armas biológicas e tóxicas.  

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