Letônia e Estônia seguiram os passos da vizinha Lituânia e se retiraram de um grupo de cooperação com a China que envolve países da Europa Central e do Leste Europeu, até então batizado “16+1”. O anúncio foi feito na quinta-feira (11) e está ligado ao tratamento dispensado por Beijing a Taiwan, bem como à proximidade do governo chinês com a Rússia. As informações são da agência Reuters.
Através do Ministério das Relações Exteriores, a Letônia afirmou que a presença no grupo “não está mais alinhada com nossos objetivos estratégicos no atual ambiente internacional”. Em comunicado conjunto, os governos dos dois países europeus afirmaram que, a partir de agora, trabalharão para manter “relações construtivas e pragmáticas com a China”.
Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Grécia, Hungria, Montenegro, Macedônia do Norte, Polônia, Romênia, Sérvia, Eslováquia e Eslovênia seguem na iniciativa.
A próxima na fila pode ser a República Tcheca, cujo parlamento já solicitou a retirada do país do grupo, agora “14+1”. Em maio, Praga havia reclamado dos resultados da iniciativa, afirmando que “as promessas de investimentos maciços e comércio mutuamente benéfico não estão sendo cumpridas”, levando o país a “considerar todas as opções”.
Lituânia x China
A Lituânia foi a primeira a deixar o grupo, que até então era “17+1”. A decisão surgiu no final do ano passado, na esteira da piora das relações com a China, justamente em função da questão de Taiwan.
As tensões entre China e Lituânia escalaram em agosto de 2021, quando Beijing chamou de volta seu embaixador na Lituânia, bem como exigiu que o governo lituano fizesse o mesmo com seu representante em território chinês. O incidente diplomático ocorreu porque Taiwan havia anunciado a instalação de um departamento de representação em Vilnius, chamado “Escritório de Representação de Taiwan”.
Mais tarde, em novembro do ano passado, Beijing rebaixou oficialmente suas relações com a Lituânia, uma medida retaliatória após a inauguração do escritório, que funciona como embaixada de fato de Taiwan no Estado Báltico.
A China disse na ocasião que a relação diplomática entre Lituânia e Taiwan “mina a soberania e integridade territorial da China e interfere grosseiramente nos assuntos internos”, estabelecendo um “mau precedente internacional”.
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