A ONU (Organização das Nações Unidas) revisou o apelo humanitário para a Ucrânia. São necessários agora US$ 4,3 bilhões para garantir serviços de assistência e proteção até dezembro. Devido à violência, ao menos 17,7 milhões de pessoas precisam de assistência e proteção humanitária. São 2 milhões de ucranianos a mais em situação de vulnerabilidade desde abril, data do último pedido de financiamento.
Saviano Abreu, porta-voz do Ocha (Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários) na Ucrânia, contou que a comunidade internacional tem respondido de forma positiva, aos apelos desde o começo do conflito, o que possibilitou levar a ajuda a mais de 11 milhões de pessoas nos últimos meses. Mas as necessidades não param.
“Da mesma forma que no início da guerra tivemos um suporte enorme e necessário, precisamos que agora esse suporte continue e [que a comunidade internacional] não esqueça que a guerra na Ucrânia continua e que as pessoas ainda precisam de ajuda”, afirmou.
Após acompanhar a retomada do fluxo de embarcações no porto de Odessa, Abreu afirmou que a mesma vontade política que levou à assinatura do acordo de grão do Mar Negro precisa ser vista no acesso humanitário. De acordo com o porta-voz, as áreas ocupadas por tropas russas possuem difícil acesso, o que deixa milhares de ucranianos sem assistência.
“Mas o que nós temos agora que conseguir, o próximo passo, é que, quando tem uma vontade política, as coisas podem acontecer. O que precisamos agora que aconteça no mesmo sentido é o acesso humanitário a áreas da Ucrânia que ainda não conseguimos chegar e onde pessoas estão situação desesperadora, precisando de ajuda humanitária”, afirmou.
A coordenadora humanitária para a Ucrânia, Denise Brown, também enfatiza que, além do financiamento, é preciso acesso seguro e desimpedido a todas as áreas afetadas pela guerra.
Segundo ela, desde que o conflito começou, tem sido extremamente desafiador acessar áreas fora do controle da Ucrânia. Ela pediu às partes em conflito para que cumpram suas obrigações sob o direito internacional humanitário e facilitem a resposta humanitária.
Outra preocupação do Ocha é com a chegada do inverno. A destruição de milhares de casas e a falta de combustível, gás ou eletricidade devido a infraestruturas danificadas podem se tornar uma questão crítica se as pessoas não conseguirem aquecer suas casas.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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