Afegãos continuam sendo alvo de detenção e deportação pelo vizinho Tadjiquistão. A Acnur (Agência da ONU para Refugiados) expressou séria preocupação, lembrando que “forçar as pessoas que fogem da perseguição a retornar ao seu país contra a vontade é ilegal e coloca vidas em risco”.
Na terça-feira (23), foram devolvidos cinco afegãos no posto fronteiriço de Panji Poyon, no nordeste do Tadjiquistão. Três menores estavam no grupo que foi obrigado a seguir o caminho de volta, mesmo após intervenções da Acnur para impedir as deportações.
Para a diretora da Acnur para proteção internacional, o retorno forçado de refugiados é ilegal e “contraria o princípio de não-devolução, uma pedra angular do direito internacional dos refugiados”.
Há relatos de vários afegãos presos e devolvidos à força, após ter sido rejeitada a admissão. O comunicado lembra que o movimento é feito por pessoas que buscam proteção internacional. A agência pediu pela primeira vez a proibição da medida em agosto de 2021 e repetiu em fevereiro deste ano.
A recomendação é que os afegãos procurando segurança tenham acesso à proteção e a um processo de asilo justo e eficiente no Tadjiquistão. A agência defende uma pausa no atual processo de devolução, sob o perigo de se expor ao risco de perseguição os candidatos a asilo, que é uma grave violação ao direito internacional.
Inundações no Afeganistão
Em nota separada, equipes humanitárias da ONU chegaram nesta semana ao território afegão para avaliar danos e ajudar vítimas das inundações que assolaram o país na semana passada. Pessoas que vivem nas áreas afetadas recebem alimentos, água e saneamento, barracas, serviço de saúde, apoio psicossocial e suprimentos essenciais.
Durante o período, aconteceram fortes chuvas e inundações em províncias nas regiões leste, centro, sudeste, sul e oeste. Os funcionários identificam as necessidades, na sequência do desastre que teve impacto em mais de 8,2 mil famílias do Afeganistão.
O país também recebeu US$ 80 milhões para que a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) apoie um aumento da produção.
A doação dos Estados Unidos é destinada a impulsionar o setor agrícola para que produza alimentos, construa resiliência e alcance a segurança alimentar em áreas de seca e onde mais se sente o efeito da crise econômica. A expectativa é gerar empregos e renda, revitalizando os mercados rurais.
O fundo será para a resposta de emergência às atividades imediatas dos agricultores e para apoiar meios de subsistência adaptados ao clima. A FAO quer promover a produção de alimentos nutritivos, uma agricultura ambientalmente sustentável e inteligente e novas práticas que incentivem a diversificação da renda familiar.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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