O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) votou a favor, nesta terça-feira (12), da renovação dos mecanismos para continuar a enviar ajuda humanitária à Síria pela passagem de Bab al-Hawa, na fronteira com a Turquia. O texto foi aprovado com 12 votos a favor, sendo que Estados Unidos, Reino Unido e França se abstiveram.
A resolução, que vinha sendo renovada por unanimidade desde 2014, foi adotada na terceira tentativa de alcançar um acordo sobre a duração da autorização. Ela estará vigente por mais seis meses, até 10 de janeiro de 2023, quando o órgão deve retomar a pauta.
O cruzamento de Bab al-Hawa, na fronteira com a Turquia, é o único ponto por onde a ajuda humanitária pode atravessar e chegar aos sírios. Cerca de 2,4 milhões de pessoas dependem da ajuda no noroeste da Síria, numa área controlada pelos rebeldes.
A resolução 2585, de 9 de julho de 2021, havia expirado no último domingo (10). Na semana passada, o Conselho de Segurança examinou duas propostas: o texto que previa ampliação por mais um ano foi vetado pela Rússia. Já a renovação de seis meses, que havia sido proposta por Moscou, não teve apoio de nenhum outro membro.
A proposta aprovada nesta terça-feira foi redigida em conjunto por Noruega e Irlanda e prevê um acompanhamento a cada dois meses sobre a implementação do mecanismo de ajuda, bem como um relatório especial sobre as necessidades humanitárias na região ao secretário-geral da ONU, António Guterres, até 10 de dezembro.
População vulnerável
Os membros do Conselho de Segurança alertam que a extensão da medida por apenas seis meses pode deixar mais sírios vulneráveis pela proximidade do inverno.
Mais de 14 milhões de pessoas na Síria precisam de assistência, uma vez que a infraestrutura do país entrou em colapso após 11 anos de guerra. A atividade econômica síria foi reduzida à metade pelo conflito. O país árabe também sofre com crises financeiras regionais, sanções e a pandemia da Covid-19.
No mês passado, Guterres pediu ao Conselho que renovasse o mandato da resolução, o que ocorre todos os anos, para evitar uma catástrofe humanitária enquanto não se encontra uma solução política para o conflito.
Relatores de direitos humanos também fizeram um apelo para a urgente renovação do acesso da ajuda humanitária no país. Segundo a análise, houve ainda um aumento das necessidades humanitárias, principalmente para os grupos mais marginalizados como mulheres, crianças e meninas, minorias, pessoas idosas e com deficiência.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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