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quinta-feira, 14 de julho de 2022

Exército impede ataque a presídio que visava a libertar terroristas na RD Congo

As forças armadas da República Democrática do Congo conseguiram impedir uma ação da ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês) que tinha como objetivo invadir um presídio e libertar outros extremistas. O episódio ocorreu na noite de terça-feira (12) na cidade de Beni, leste do país, de acordo com a agência Reuters.

Os extremistas da ADF, que supostamente são ligados ao Estado Islâmico (EI), armaram um falso ataque às comunidades vizinhas de Rwangoma e Paida na tentativa de enganar o exército. Lá, eles mataram sete pessoas e sequestraram ao menos uma.

“Foi por volta das 20h, horário local, que o inimigo da ADF nos surpreendeu ontem, enquanto eu estava na mesa com as crianças”, disse Kavira Malekani, moradora de Paida. “Sobrevivemos de forma milagrosa, deixando a comida na mesa e passando a noite em uma sacada na cidade. Outras pessoas, incluindo meu primo, foram sequestradas”.

Entretanto, os serviços de inteligência informaram que o real objetivo era atacar o presídio, segundo relatou o porta-voz das forças armadas Antony Mwalushayi. Assim, os militares tiveram tempo de repelir a ação, e os agressores fugiram em direção ao Parque Nacional de Virunga, uma reserva florestal agora infestada por extremistas.

Exército da RD Congo combate terroristas no leste do país, fevereiro de 2015 (Foto: Divulgação/Monusco)
Por que isso importa?

A ADF é uma organização paramilitar originária de Uganda acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou a fronteira e passou a agir também na RD Congo.

O grupo foi colocado na lista de sanções financeiras por Washington, classificado como terrorista, e declarou publicamente ser um braço do Estado Islâmico (EI), que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.

A ADF é acusada de realizar massacres, sequestros e saques, com um número de mortos estimado em milhares. No começo de maio de 2021, o governo congolês decretou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída aos rebeldes. Porém, o número de civis mortos só cresceu.

Cerca de três meses depois, em agosto do ano passado, o atual presidente congolês Felix Tshisekedi declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas à região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica.

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