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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Boinas-azuis da ONU estão entre os mortos nos violentos protestos na RD Congo

Três membros de forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) estão entre os mortos na terça-feira (26) em meio aos violentos protestos ocorridos no leste da República Democrática do Congo. De acordo com a rede britânica BBC, o número total de vítimas fatais registrado até aqui é de 17.

Entre os boinas-azuis da ONU, os mortos são dois policiais indianos e um militar marroquino que atuavam em Butembo, província de Kivu do Norte. Um policial egípcio também ficou ferido em uma base da operação de paz atacada pelos populares.

O secretário-geral António Guterres emitiu uma nota, assinada pelo porta-voz adjunto Farhan Haq, na qual condena com veemência o ataque à Monusco (Missão das Nações Unidas na RD Congo) e expressa condolências às famílias das vítimas, bem como aos governos e aos povos de Índia e Marrocos.

“As multidões estão jogando pedras e coquetéis molotov, invadindo bases, saqueando, vandalizando e incendiando instalações”, diz o texto. “A situação é muito volátil, e reforços estão sendo mobilizados”.

Exército da RD Congo e forças de segurança da ONU em ação contra a RDF (Foto: Wikimedia Commons)
Civis mortos

O epicentro do protesto foi a cidade de Goma, também no leste do país. Ali, manifestações inicialmente pacíficas começaram na segunda-feira (25) e se tornaram violentas ao longo do dia, quando centenas passaram a atacar e saquear uma base logística da Monusco, exigindo que a missão deixe o país. 

Os manifestantes foram convocados por frentes da sociedade civil e pelo partido União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS, na abreviatura em francês), sigla do presidente Félix Tshisekedi. Eles acusam a organização internacional de não proteger os civis das agressões das milícias.

Um correspondente internacional presente no local confirmou a informação de que alguns manifestantes invadiram as residências de funcionários da ONU, que precisaram ser evacuados da cidade em um comboio de veículos escoltados pelo exército.

Já um repórter da agência Reuters testemunhou as forças de paz atirando contra dois manifestantes, que jogavam pedras, vandalizavam e incendiavam prédios das Nações Unidas. Segundo ele, gás lacrimogêneo e munição real foram usados contra a multidão.

No comunicado, Guterres lamentou a perda de vidas entre manifestantes e reiterou o empenho da ONU em cooperar com as autoridades congolesas para investigar os incidentes.

“Nossas forças de reação rápida estão em alerta máximo e foram aconselhadas a exercer contenção máxima, usando gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes e apenas disparando tiros de advertência quando funcionários ou propriedades da ONU estão sob ataque”, diz o documento.

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