A Rússia não mais consegue esconder o impacto que o armamento fornecido à Ucrânia por nações ocidentais tem na guerra em curso na Europa. Nos últimos dias, aliados do presidente Vladimir Putin manifestaram preocupação com o aumento do poder de fogo de Kiev, agora capaz de atingir alvos russos bem atrás da linha de frente. As informações são do jornal independente The Moscow Times.
A mais importante adição recente ao arsenal ucraniano é o Sistema de Artilharia de Foguetes de Alta Mobilidade (HIMARS, na sigla em inglês), que os EUA repassaram a Kiev no último mês. Capaz de atingir alvos a até 70 quilômetros de distância, o lançador de foguetes pode ser posicionado fora do alcance da artilharia russa, graças à mobilidade do armamento, e ainda assim causar danos aos quais à Rússia não estava habituada.
“Os sistemas de defesa aérea russos acabaram sendo ineficazes contra ataques maciços de mísseis HIMARS“, disse Igor Girkin, ex-comandante das forças separatistas no leste da Ucrânia, que se manifestou sobre a questão no aplicativo de mensagens Telegram. Segundo ele, graças à nova arma, as tropas russas sofreram “grandes perdas de homens e equipamentos” nas últimas semanas.
Entre os alvos preferenciais da Ucrânia estão depósitos de munição e postos de comando das forças armadas. “Mísseis e artilharia ucranianos atingiram centros de tomada de decisão várias vezes. Com resultados. Os centros são pequenos, mas importantes”, afirmou Alexander Sladkov, correspondente de guerra da emissora estatal Rossia 1.
De acordo com a rede britânica BBC, o exército ucraniano atingiu ao menos 14 depósitos de munição nas últimas duas semanas. Por um lado, esses ataques reduzem consideravelmente o poder de fogo russo, vez que sua artilharia torna-se inútil sem munição por perto. Por outro, gera forte impacto psicológico, pois os soldados deixam de se sentir seguros.
E a situação tende a ficar mais tensa, vez que Washington prometeu na semana passada que enviaria mais um pacote de armamento a Kiev, avaliado em US$ 400 milhões. Entre os equipamentos a serem fornecidos estão mais quatro HIMARS, que se somariam aos oito já em uso.
Acordo de paz?
A disposição crescente do Ocidente de armar a Ucrânia tem inflamado a retórica russa. Putin faz ameaças aos EUA e à União Europeia (UE) desde o início do conflito, ao qual o Kremlin se refere pelo eufemismo “operação militar especial”. O tom não mudou nos últimos dias, frente aos relatos de novas e relevantes baixas do lado russo. Entretanto, um fim pacífico para a guerra voltou à agenda de Moscou.
“Hoje ouvimos que eles querem nos derrotar no campo de batalha. Bem, o que você pode dizer aqui? Deixe-os tentar”, disse o presidente Putin na semana passada, em discurso a parlamentares de alto escalão do governo reproduzido pela agência Reuters. “Todo mundo deve saber que, em termos gerais, ainda não começamos a agir pra valer”.
As ameaças, porém, foram sucedidas de um discurso mais ameno, com nova referência à diplomacia após semanas sem tocar no assunto. “Ao mesmo tempo, não rejeitamos as negociações de paz. Mas aqueles que as rejeitam devem saber que, quanto mais adiante, mais difícil será negociar conosco”, declarou o presidente.
Os mortos de Putin
Desde que assumiu o poder na Rússia, em 1999, o presidente Vladimir Putin esteve envolvido, direta ou indiretamente, ou é forte suspeito de ter relação com inúmeros eventos, que levaram a dezenas de milhares de mortes. A lista de vítimas do líder russo tem soldados, civis, dissidentes e até crianças. E vai aumentar bastante com a guerra que ele provocou na Ucrânia.
Na conta dos mortos de Putin entram a guerra devastadora na região do Cáucaso, ações fatais de suas forças especiais que resultaram em baixas civis até dentro do território russo, a queda suspeita de um avião comercial e, em 2022, a invasão à Ucrânia que colocou o mundo em alerta.
A Referência organizou alguns dos principais incidentes associados ao líder russo. Relembre os casos.
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