Dois ataques atribuídos à ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês), ambos ocorridos no final de semana, teriam matado dez pessoas no leste da República Democrática do Congo. A ação foi confirmada pelo exército na segunda-feira (18), com informações reproduzidas pelo site The Defense Post.
Dieudonne Malangay, líder civil da vila de Ndimo, província de Ituri, afirmou que um dos ataques ocorreu na noite de domingo (17). “Descobrimos oito corpos de civis mortos por essa ADF. Um foi queimado em casa”, disse ele, citando ainda outra ação do grupo, esta no sábado (16) e com duas vítimas fatais.
O porta-voz do exército em Ituri, tenente Jules Ngongo, não confirmou o número de mortos, mas disse que as forças armadas “controlam a segurança e a situação operacional” na área. Ainda segundo ele, “22 elementos terroristas da ADF” foram mortos.
Por que isso importa?
A ADF é uma organização paramilitar originária de Uganda acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou a fronteira e passou a agir também na RD Congo.
O grupo foi colocado na lista de sanções financeiras por Washington, classificado como terrorista, e declarou publicamente ser um braço do Estado Islâmico (EI), que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.
A ADF é acusada de realizar massacres, sequestros e saques, com um número de mortos estimado em milhares. No começo de maio de 2021, o governo congolês decretou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída aos rebeldes. Porém, o número de civis mortos só cresceu.
Cerca de três meses depois, em agosto do ano passado, o atual presidente congolês Felix Tshisekedi declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas à região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica.
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