Mais de 700 profissionais do setor da saúde e pacientes morreram nos últimos três anos em cerca de 2,7 mil ataques violentos em diversos países do mundo. Afeganistão, Síria e Mianmar concentram a maior quantidade de episódios.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou nesta terça-feira (3), em Genebra, o resultado da análise sobre ataques a hospitais, centros de saúde e ambulâncias. Segundo o diretor de Intervenções de Emergências de Saúde, Altaf Musani, a violência fez com que “milhões de pessoas ficassem sem receber cuidados de saúde necessários”.
Musani expressou grande preocupação com a destruição de centenas de postos de saúde e com as mortes de médicos e enfermeiros. Segundo ele, um entre seis incidentes causou a morte de um paciente ou de um profissional do setor em 2020.
No relatório, a OMS alerta para o impacto desses ataques na saúde mental das pessoas, especialmente no contexto atual da pandemia de Covid-19. Musani explica que muitos profissionais reportaram não ter vontade de retornar ao trabalho e muitos pacientes temem buscar ajuda nos centros de saúde.
Efeito Cascata
O representante da OMS cita o “efeito cascata” que um único incidente do tipo pode causar, com consequências a longo prazo para os sistemas de saúde. Musani pede a todos os lados em conflito para garantir segurança nos serviços de saúde, sem violência, ameaças ou medo. Ele destaca que “um ataque já é bastante”.
A OMS lembra que, enquanto o mundo luta para combater a Covid-19, é mais importante do que nunca proteger o sistema de saúde, principalmente nos locais mais vulneráveis.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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