Um grupo de trolls – internautas que agem no intuito de tumultuar um debate digital – contratados pela Rússia, cuja tarefa era desacreditar a iniciativa da Plataforma da Crimeia, foi exposto na cidade de Kherson, na Ucrânia. A informação foi dada pela assessoria de imprensa do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e noticiada pela agência estatal de Notícias local Ukrinform.
Segundo os ciberespecialistas que trabalharam na investigação, o trabalho dos infratores consistia em divulgar nas redes sociais apelos para a derrubada do governo do presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskyy e por alterações nas fronteiras dos Estados ucranianos, incluindo a adesão das regiões sul e leste do país à Rússia.
“Além disso, a inteligência russa elaborou tarefas de informação direcionadas para seus ativos para desacreditar a Plataforma da Crimeia, seus participantes e resultados. Para encobrir a atividade ilegal, os agitadores vinham publicando suas postagens em nome de líderes de opinião pública”, afirma o comunicado.
De acordo com o SBU, os “curadores”, todos moradores locais, obtinham informações para as publicações nas plataformas de mídia social “a partir de recursos de propaganda administrados na Rússia e nas áreas temporariamente ocupadas das regiões de Donetsk e Luhansk”, informou a agência estatal.
A Plataforma da Crimeia é um instrumento internacional que visa à restauração da integridade da Ucrânia e posterior desocupação da República Autônoma da Crimeia.
Por que isso importa?
A Crimeia foi anexada à força por Moscou em março de 2014. A anexação ocorreu após a deposição do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych, apoiado pelo Kremlin, e um consequente plebiscito que aprovou a anexação pela Rússia.
Desde a anexação, considerada ilegal pela ONU (Organização das Nações Unidas), instituições de direitos humanos denunciam a resposta agressiva da Rússia aos ativistas e civis da região. Segundo o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, há relatos de prisões “motivadas politicamente” todos os dias.
O governo russo também apoia os separatistas que enfrentam as forças de Kiev na região leste da Ucrânia desde abril de 2014. O conflito já matou mais de 13 mil pessoas.
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