A Polônia mobilizou centenas de soldados na fronteira com Belarus para impedir que uma onda de refugiados e migrantes entre no país, disseram autoridades nesta quarta-feira (18), segundo a agência qatari Al Jazeera. Acredita-se que a maioria dos migrantes que tenta fazer a travessia seja iraquiana, com números menores de de afegãos e sírios.
Mais de 900 soldados poloneses estiveram envolvidos na operação, informou o ministro da Defesa polonês Mariusz Blaszczak.
A Polônia, assim como a Lituânia e outras nações bálticas, acusa o presidente belarusso Alexander Lukashenko de enviar migrantes para fora de Belarus e rumo a países vizinhos. Há suspeita de que os movimentos de Minsk sejam retaliatórios às sanções da UE (União Europeia) impostas a Belarus após a reeleição de Lukashenko no ano passado, uma votação considerada fraudulenta.
Na terça (17) à noite, o vice-ministro do Interior do país, Maciej Wasik, publicou em sua conta no Twitter que a fronteira com Belarus está fechada e que os soldados estão lá há uma semana. Ele postou duas fotos, que mostram arame farpado instalado ao longo da demarcação entre os países.
Prawie 100 km na granicy polsko-białoruskiej. Za chwile dalsze 50 km pic.twitter.com/pkR78Uk5Sh
— Maciej Wąsik (@WasikMaciej) August 18, 2021
Reunião emergencial
Na quarta-feira (18), os ministros da UE mantiveram um diálogo de emergência “para determinar medidas concretas e formas de assistência aos Estados afetados na gestão e contenção de travessias ilegais na fronteira com Belarus, também sob o aspecto da segurança nesta seção da fronteira externa da UE”, disse a presidência eslovena do bloco.
Mais de 4,1 mil refugiados e migrantes chegaram à Lituânia neste ano e estão sendo abrigados em campos temporários em todo o país. A primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, acusou Lukashenko, conhecido pela alcunha de “último ditador da Europa“, de “explorar essas pessoas pobres, homens e mulheres”.
A chanceler alemã Angela Merkel e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, acusaram Lukashenko de lançar um “ataque híbrido” contra o bloco de 27 nações, canalizando migrantes para a Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia em retaliação às sanções da UE.
“Concordamos que esta é uma agressão híbrida que usa seres humanos”, disse Merkel após suas conversas em Berlim. Ela disse ainda que trataria o assunto com o presidente russo Vladimir Putin, em Moscou, nesta sexta-feira (20).
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