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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

EUA e Reino Unido impõem sanções aos acusados de envenenar Navalny

Os Estados Unidos e o Reino Unido impuseram sanções aos homens acusados de envenenarem o político russo Alexei Navalny há cerca de um ano, no dia 20 de agosto de 2020. Principal opositor do presidente Vladimir Putin, Navalny está preso desde janeiro, quando foi detido no retorno da Alemanha após se recuperar do envenenamento. As informações são da rede britânica BBC.

As sanções incluem o congelamento de bens que os acusados porventura tenham no exterior, bem como a proibição de viagens internacionais. Os sete sancionados pelo Reino Unido são Alexey Alexandrov, Vladimir Panyaev, Ivan Osipov, Vladimir Bogdanov, Kirill Vasilyev, Stanislav Makshakov e Alexei Sedov. Os EUA, por sua vez, sancionaram os mesmos sete nomes, além de outros dois: Konstantin Kudryavtsev e Artur Zhirov.

O político russo, Alexei Navalny, em manifestação contra o Kremlin em Moscou, junho de 2013 (Foto: Divulgação/Bogomolov.PL)

Além dos indivíduos, as sanções atingem o Instituto de Criminalística da FSB (Agência de Segurança Federal, da sigla em inglês). Os sete acusados do crime trabalham na agência, muitos deles no departamento sancionado.

“Estamos enviando uma mensagem clara de que qualquer uso de armas químicas por parte do Estado russo viola o direito internacional e exige uma investigação criminal transparente”, disse o Secretário para Assuntos Externos britânico Dominic Raab.

Apesar das acusações de que o envenenamento foi obra do governo russo, o Kremlin jamais admitiu envolvimento no caso. Navalny sofreu envenenamento por novichok, um agente nervoso tóxico de invenção soviética que paralisa os músculos e pode levar à morte por asfixia.

Navalny passou mal em um voo de Tomsk para Moscou, e o avião teve que fazer um pouso de emergência em Omsk. Posteriormente, ele foi autorizado a realizar o tratamento na Alemanha, mas retornou à Rússia e foi preso no desembarque.

Em fevereiro deste ano, um tribunal o condenou a dois anos e meio de prisão por violar uma sentença suspensa de 2014, quando foi acusado de fraude. Promotores alegaram que ele não se apresentou regularmente à polícia em 2020 – enquanto estava em coma pela dose tóxica.

Por que isso importa?

No início deste mês de agosto, a Justiça da Rússia abriu uma nova acusação criminal contra Navalny, o que pode ampliar a sentença de prisão dele em três anos. Agora, ele é acusado de “incentivar cidadãos a cometerem atos ilegais”, por meio da Fundação Anticorrupção (FBK) que criou.

A decisão judicial surge às vésperas da eleição parlamentar de setembro. Caso seja condenado a mais três anos de cárcere, Navalny seria mantido sob custódia no mínimo até o fim da próxima eleição presidencial, em 2024, quando chega ao fim o atual mandato de seis anos do presidente Vladimir Putin no Kremlin.

Em 19 de setembro, a Rússia votará para escolher os membros da câmara baixa do parlamento russo, a Duma. Serão eleitos 39 parlamentares e nove governadores regionais.

Na corrida para a votação, o Kremlin reprimiu figuras políticas da oposição e a mídia independente, enquanto a popularidade do Rússia Unida, partido de Putin, diminuía em meio aos esforços para lidar com uma economia fragilizada pela pandemia e por anos de contínuas sanções.

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