Depois de enviar centenas de tropas e de usar arame farpado para proteger a fronteira com Belarus, o governo da Polônia decidiu construir uma cerca na tentativa de conter a onda de migrantes que tentam ingressar no país. As informações são da Radio Free Europe.
“Uma nova cerca sólida de 2,5 metros de altura será construída na fronteira com Belarus. Mais soldados estarão envolvidos no auxílio à Guarda de Fronteira. Em breve apresentarei detalhes sobre o envolvimento futuro das Forças Armadas polonesas”, disse o Ministro da Defesa Mariusz Blaszczak, no Twitter, na segunda-feira (23).
Na granicy z Białorusią powstanie nowy, solidny płot o wysokości 2,5 m. Więcej żołnierzy będzie zaangażowanych w pomoc Straży Granicznej. Wkrótce przedstawię szczegóły dotyczące dalszego zaangażowania Sił Zbrojnych RP. pic.twitter.com/uTQ0lKYIb4
— Mariusz Błaszczak (@mblaszczak) August 23, 2021
Os migrantes são, na sua maioria, cidadãos de países do Oriente Médio, como Iraque, Síria e Afeganistão, que passam por Belarus e são direcionados aos países da União Europeia (UE).
Além da Polônia, a questão tornou-se problemática também para três ex-repúblicas soviéticas, Lituânia, Letônia e Estônia. O governo lituano informou recentemente que vai iniciar a construção de uma barreira fronteiriça de 508 quilômetros de comprimento, com previsão de encerrar as obras em setembro de 2022.
Os países acusam o presidente belarusso Alexander Lukashenko de incentivar o movimento de migrantes rumo à fronteira. A ação seria uma resposta do mandatário às sanções impostas pelo bloco a Belarus, acusado de reprimir violentamente as manifestações pró-democracia de agosto de 2020.
Por que isso importa?
Na semana passada, os ministros da UE mantiveram um diálogo de emergência “para determinar medidas concretas e formas de assistência aos Estados afetados na gestão e contenção de travessias ilegais na fronteira com Belarus, também sob o aspecto da segurança nesta seção da fronteira externa da UE”, disse a presidência eslovena do bloco.
Mais de 4,1 mil refugiados e migrantes chegaram à Lituânia neste ano e estão sendo abrigados em campos temporários em todo o país. A primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, acusou Lukashenko, conhecido pela alcunha de “último ditador da Europa“, de “explorar essas pessoas pobres, homens e mulheres”.
A chanceler alemã Angela Merkel e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, acusaram Lukashenko de lançar um “ataque híbrido” contra o bloco de 27 nações, canalizando migrantes para a Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia em retaliação às sanções da UE.
“Concordamos que esta é uma agressão híbrida que usa seres humanos”, disse Merkel após suas conversas em Berlim. Ela disse ainda que trataria o assunto com o presidente russo Vladimir Putin, em Moscou, nesta sexta-feira (20).
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