Autoridades russas rotularam como “agente estrangeiro” nesta quarta-feira (18) o Golos, grupo independente de observações eleitorais, informou a rede norte-americana US News. A medida, que ocorre um mês antes das eleições parlamentares, é mais um capítulo da vertiginosa repressão do Kremlin contra a mídia e ativistas de oposição.
O Golos foi responsável por detalhar casos de fraude em toda a Rússia na votação parlamentar de 2011. Em 2013, o grupo foi uma das primeiras organizações não-governamentais a ser caracterizada como ‘agente estrangeiro’, o que resultou na suspensão de suas operações. Depois, voltou a operar sem se registrar como ONG.
A mídia independente, jornalistas, militantes da oposição e ativistas de direitos humanos russos enfrentam enorme pressão antes da votação de 19 de setembro, tida como vital para o presidente Vladimir Putin consolidar seu governo antes da eleição presidencial em 2024.
O copresidente do Golos, Grigory Melkonyants, avaliou a ação contra o grupo como “um sinal sério sobre manipulação iminente”. “Não temos dúvidas de que este ataque à maior comunidade de observadores eleitorais independentes, apenas um mês antes do dia da votação, é uma tentativa de impedir que os cidadãos russos exerçam o direito que o Tribunal Constitucional considera uma garantia de reconhecimento público dos resultados eleitorais”, declarou.
Por que isso importa?
Várias organizações russas estão na mira do Roskomnadzor, órgão regulador de internet e dos meios de comunicação. As punições são baseadas na “lei do agente estrangeiro”, que foi aprovada em 2012 e garante às autoridades acesso a informações privadas das organizações não-governamentais e dos veículos de comunicação listados pelo governo.
A censura tem sido crescente contra as vozes pró-democracia no país. O principal crítico do governo Putin é Alexei Navalny, que está preso desde janeiro, quando retornou da Alemanha após cinco meses de recuperação médica. O opositor foi vítima de uma tentativa de envenenamento por novichok em 20 de agosto, quando retornava da Sibéria.
Em fevereiro, um tribunal o condenou a dois anos e meio de prisão por violar uma sentença suspensa de 2014, quando foi acusado de fraude. Promotores alegaram que ele não se apresentou regularmente à polícia em 2020 – enquanto estava em coma pela dose tóxica.
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