A OIM (Organização Internacional para as Migrações) lançou nesta segunda-feira (23) um apelo de US$ 15 milhões para apoiar cerca de 137 mil famílias afetadas pelo terremoto que atingiu o sul do Haiti há apenas uma semana.
O financiamento será usado para ajudar as autoridades haitianas com habitação, abrigo temporário, apoio à saúde mental e prevenção COVID-19 após o desastre, que deixou 2.207 mortos e mais de 12.000 feridos, segundo dados oficiais. Quase 53.000 edifícios desabaram, enquanto outros 77.000 foram gravemente danificados.
“Só nos primeiros meses, precisamos de pelo menos US$ 15 milhões para fornecer apoio habitacional, ajudar os haitianos afetados a voltar para suas casas e garantir que tenham os meios essenciais de subsistência”, disse Federica Cecchet, vice-chefe da Missão da IOM no Haiti.
Avaliação e suporte
O terremoto de magnitude 7,2 ocorreu em 14 de agosto, a última crise em um país onde quase metade da população, ou 4,4 milhões de pessoas, já estava tendo dificuldade para comer o suficiente. Dias depois, foi seguida pela tempestade tropical Grace, que trouxe fortes chuvas, enchentes e deslizamentos de terra.
Apenas 48 horas após o terremoto, o IOM montou bases em cada uma das áreas mais afetadas. A agência agora tem hubs adicionais nas cidades de Jérémie, Les Cayes e Miragoane.
A IOM está usando imagens de satélite para analisar avaliações de danos e distribuiu milhares de folhas de plástico, kits de higiene, cobertores, latas dobráveis e conjuntos de cozinha para que as famílias afetadas possam manter as condições mínimas de vida. Uma equipe de engenheiros também está apoiando o trabalho de avaliação estrutural nos municípios afetados.
Sublinhando que o gerenciamento de informações também era uma prioridade, a Sra. Cecchet disse que os fundos de apelação também seriam usados para gerar informações oportunas e precisas sobre os deslocados nos departamentos de Sud, Grand’Anse e Nippes.
Priorizando a saúde mental
Enquanto isso, uma equipe da IOM está acompanhando o movimento e as necessidades das populações afetadas e mapeando as condições nos abrigos, em esforços para facilitar a programação humanitária e priorizar as tarefas realizadas pelos parceiros de ajuda, como seleção de beneficiários, planejamento logístico e identificação das necessidades específicas daqueles em situações vulneráveis.
O IOM também deseja fornecer cuidados de saúde mental e apoio psicossocial às famílias, com ênfase particular nas mulheres e meninas. Psicólogos treinados em Proteção contra Exploração e Abuso Sexual (PSEA) estarão disponíveis no local, e a IOM também estabelecerá uma linha direta gratuita para aqueles que não puderem receber ou acessar diretamente a assistência.
Como a insegurança tem dificultado a entrega de ajuda a algumas comunidades afetadas, a agência planeja implementar o que chamou de “iniciativas sustentáveis conduzidas localmente” para garantir que o apoio chegue aos mais necessitados.
Permanecendo em solidariedade
“A abordagem de estabilização da comunidade da IOM enfatiza a flexibilidade e a capacidade de resposta às necessidades em evolução”, disse a Sra. Cecchet. “O dinheiro por trabalho também se mostrou eficaz durante uma crise, estabelecendo as bases para soluções duráveis e contribuindo para a estabilização da comunidade”, acrescentou ela.
Na última sexta-feira, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, concluiu uma missão de dois dias ao Haiti, onde foi atingida pela “incrível resiliência” de seu povo.
A Sra. Mohammed também reiterou o apoio da ONU ao país, dizendo “Estamos aqui em solidariedade ao Haiti e estamos maravilhados com o trabalho incrível que as autoridades nacionais e as agências da ONU estão fazendo para ajudar nestes tempos difíceis.”
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News
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