O presidente do Irã, Ebrahim Raisi disse nesta quinta-feira (26) que seu país “seriamente ficou para trás” em diversas questões sociais e econômicas. Ele admitiu, ainda, que a Covid-19, sobretudo após a explosão de casos da variante Delta, tornou-se um problema no país. As informações são da Radio Free Europe.
As declarações do presidente foram feitas no primeiro encontro de gabinete desde que o governo dele foi aprovado pelo Parlamento local, no dia anterior. Ele prometeu “mudanças” e disse que é responsabilidade do governo “melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
A questão do novo coronavírus é um problema ainda maior no Irã devido à escassez de vacina. Em janeiro, o líder supremo da República Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, proibiu a compra de vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, fabricadas nos EUA e no Reino Unido, sob o argumento de que o Ocidente deveria “testar as vacinas em outras nações”.
Agora, o governo começa a mudar de posição. No começo do mês, o próprio Khamenei admitiu a necessidade de recorrer às nações estrangeiras. “As vacinas contra o coronavírus devem ser acessíveis a todas as pessoas de todas as formas possíveis, seja pela produção nacional ou pela importação”, afirmou, segundo a rede norte-americana ABC News. “À medida que a doença ou o inimigo assumem uma nova forma, o mesmo deve acontecer com a nossa defesa”.
Raisi seguiu os passos de seu superior e admitiu que talvez seja necessário importar. Ele cobrou, ainda, um aumento da produção nacional, dizendo que os esforços nesse sentido têm sido “necessários, mas não suficientes.
O Irã tem duas vacinas emergenciais aprovadas, mas somente uma é produzida em massa. Ainda assim, as doses da COVIran Barekat não atendem à demanda, e o imunizante atualmente está em falta no país.
Entre os 83 milhões de habitantes do Irã, 16,3 milhões receberam a primeira dose da vacina, e apenas 5,4 milhões receberam a segunda. O país atingiu, no começo desta semana, a marca recorde de 709 mortes por Covid-19 em um dia. O Ministério da Saúde informou, através da TV estatal, que o número total de casos chegou a 4,75 milhões, com 103.357 mortes desde o início da pandemia.
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